Decidir por uma captação de recursos incentivada para conduzir os projetos de inovação de uma empresa é uma escolha importante e estratégica. Um processo de captação de recursos demanda que as empresas se concentrem em organizar e estruturar seus processos e ideias, preparando o projeto para a submissão a financiadores.
Atualmente, no Brasil, os maiores financiadores de projetos empresariais com características inovadoras são a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Finep é a principal repassadora do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), além de contar com recursos do Funtell, Programa MOVER e recursos próprios. A gestão destes recursos oferece às empresas uma oportunidade de acesso a diversos recursos para financiamento aos seus projetos de inovação e desenvolvimento tecnológico.
Pensando em liberações de financiamentos para o próximo ano, quem se preparar adequadamente poderá encontrar, já no primeiro semestre de 2026, um cenário otimista, após o anúncio da liberação integral de cerca de R$ 22 bilhões do FNDCT, da Lei 847/2025, garantindo a legislação necessária para transformar esses recursos em investimentos produtivos para o desenvolvimento nacional.
Os recursos serão mais acessíveis para bons projetos que forem trabalhados ao longo de 2025. O momento deve ser potente especialmente para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, já que a lei do FNDCT prevê que 30% dos recursos devem ser destinados para essas localidades. O objetivo é combater as desigualdades regionais, promover o desenvolvimento tecnológico e a criação de empregos nessas áreas.
Desta forma, esse é o período mais quente para investimentos nessas regiões, tanto para negócios já instalados, quanto para empresas de outras localidades interessadas em expandir suas operações. O retorno da linha de “difusão tecnológica” para as localidades citadas favorece projetos que apresentam inovação para o horizonte da empresa, não necessariamente demandando grandes inovações para o setor ou para o Brasil. Essa linha se destina a apoiar a aquisição de máquinas, equipamentos, serviços, bens de informática e automação que proporcionem modernização e elevação de produtividade para a empresa, trazendo impactos relevantes sobre seu desempenho e sobre sua capacidade de inovar.
Já para o Sul e Sudeste, o cenário também vem acompanhado de boas novidades, com destaque para o retorno da “linha de desempenho”, que envolve projetos que resultam em inovações de produtos, processos ou serviços no âmbito da empresa. Os planos se qualificam como uma iniciativa da organização de adotar uma estratégia de inovação, ainda que possam ter impacto limitado no setor econômico no qual estão inseridos. Podem ser centrados em atualização tecnológica, por meio da absorção ou aquisição de tecnologia, sendo capazes de impactar na produtividade da empresa, em sua estrutura de custos ou no desempenho de seus produtos e serviços.
Mas um ponto que chama a atenção é o fomento firme e constante da relação entre empresa e universidade. Projetos com foco em inovação, parcerias com universidades e fortalecimento de equipes técnicas, incluindo mestres e doutores, tendem a ser melhor pontuados, e podendo acessar uma melhoria de taxa de juros de até 1.5% ao ano. A interação entre empresas e instituições de ensino superior tende a ser decisiva para conquistar acesso às melhores linhas de financiamento.
Nesse contexto, 2025 deve ser encarado como um ano estratégico de preparação, em que estruturar bons projetos pode ser a chave para garantir acesso aos recursos em 2026, aproveitando ao máximo a janela de oportunidades que se abre, especialmente para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
