O espaço RS Innovation Agro + Smart Cities, na Expointer, apresentou na segunda-feira, 26, uma programação voltada a soluções tecnológicas e iniciativas de reconstrução do Estado. Os painéis, batizados de Diálogos pelo Agro, foram organizados pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), em parceria com as secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR), além da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp) e da Rede de Inovação do Agronegócio do RS (Riagro).
O objetivo foi apresentar soluções inovadoras para os principais desafios do agronegócio gaúcho, com foco em prevenção e mitigação de danos resultantes das mudanças climáticas. Ao longo do dia, ocorreu a apresentação de dois desafios ligados ao tema: a recuperação do solo e a inteligência de dados para soluções agroclimáticas.
Recuperação do solo
Pela manhã, o desafio sobre recuperação do solo abriu a programação do RS Innovation Agro, que conta com parceria da Universidade Feevale.
A visão do produtor rural foi levada ao debate, com foco em como melhorar as condições do cultivo e o olhar para o solo de modo mais assertivo. As parcerias com a academia foram abordadas como forma de aprimorar os processos.
“Não adianta saber só quando chove. Temos que entender a física e a biologia do solo. Isso não está à venda: constrói-se com conhecimento”, enfatizou o professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Michael Mazurana.
O técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) Diego Coimbra destacou as iniciativas da entidade, principalmente diante das enchentes e do cenário de recuperação do solo nesse novo contexto. Coimbra ressaltou que a Universidade de Caxias do Sul (UCS) está finalizando a interpretação de 2 mil amostras de solo, e que fará a devolutiva para os produtores.
Também participaram do desafio representantes de startups do segmento. O diretor-executivo da TerraMares, Victor Lopes, apresentou a biotech que fabrica insumos para o campo a partir de microalgas. A startup já foi contemplada nos editais Doutor Empreendedor e Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs).
Por sua vez, o gerente de projetos da Tekann Tecnologia da Informação, Eduardo Rieger, abordou a necessidade de uma maior aproximação entre academia e setor privado para a expansão de investimentos.
Inteligência de dados para soluções agroclimáticas
À tarde, o RS Innovation Agro recebeu o desafio sobre inteligência de dados para soluções agroclimáticas (meteorológicas). A dinâmica também contou com a presença de startups e da academia.
O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS Anderson Ruhof destacou o uso de satélites para monitoramento de grandes propriedades e lavouras.
“O Instituto de Pesquisas Hidráulicas ficou em evidência em função da previsão dos níveis dos rios e chuvas, mas também temos um foco muito grande no clima e sobre como isso impacta a agricultura. Entre as inovações, estão o lançamento de satélites para monitorar grandes áreas. São constelações de satélites que nos permitem imagens diárias da superfície com sistemas multiespectrais”, explicou.
O gerente de operações do Instituto Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Vitor Nardelli, falou sobre a importância do uso de dados para soluções no agro. “A partir do conhecimento do passado, conseguimos projetar o futuro”, pontuou.
Na etapa dedicada às soluções, a professora do departamento de Geografia da UFRGS Eliana Fonseca apresentou aplicativos de integração e visualização de dados na nuvem para o monitoramento ambiental. Na sequência, Caio Duarte levou ao público presente o Alerta.AÍ, que monitora os níveis dos rios e produz alertas para os municípios. Já Gabriel Kist, da onAgro, apresentou módulos de previsão do tempo. O desafio foi mediado por Jorge Krug, do conselho de inovação do Banrisul.