A força da liderança feminina esteve no centro dos holofotes nesta quarta-feira, 9, durante o painel EVA – Liderança Feminina, no RS Innovation Stage, palco oficial do Governo do Rio Grande do Sul no South Summit Brazil 2025. Realizado no Cais Mauá, em Porto Alegre/RS, o painel reuniu lideranças inspiradoras que compartilharam experiências, dados e caminhos para transformar o ecossistema de inovação do RS em um espaço mais inclusivo, potente e plural.
A mesa foi conduzida pela fundadora do programa EVA e CEO da Clã Conexões, Danielle Cosme, com participações da assessora de Empreendedorismo do Governo do RS, Tracy Freitas, da CEO da 2 Hero e fundadora do Elas Prosperam, Jessica Trindade, e a chefe de divisão da SICT, Emily Bittencourt.
Emocionada, Danielle contou que, um ano atrás, caminhava pelo evento como visitante, carregando apenas a ideia embrionária do EVA. “Transformamos essa ideia em um programa real. Esse painel representa a realização de um sonho que eu nem ousava sonhar”.
EVA: um movimento, não apenas um programa
Idealizado por Danielle Cosme, fundadora da Clã Conexões, o EVA nasceu a partir de uma inquietação: a ausência de iniciativas que estimulassem a presença de mulheres em cargos de liderança no campo da tecnologia e inovação. “O EVA surgiu como uma ideia que a gente transformou em ação, mesmo sem patrocínio, com base em networking e muita troca. A primeira edição foi feita no amor, mas com resultados concretos”, contou Danielle, em depoimento exclusivo ao starten.tech.
Danielle reforçou o impacto simbólico de ocupar o palco do South Summit com um programa que nasceu na raça. “Hoje, estar aqui apresentando o EVA, que nasceu de uma ideia e foi levado adiante com muito amor e coragem, é uma realização indescritível. Um ano atrás eu só sonhava. Agora, estamos mostrando que é possível”.
Para Tracy. não existe inovação sem criatividade, e não existe criatividade sem diversidade. A assessora compartilhou dados impactantes: apesar de o Brasil ter mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras, apenas 31% das startups no país são lideradas por mulheres – e dessas, só 22% captaram investimento em 2023. “O EVA nasceu para responder a essa dor: ampliar o acesso das mulheres à liderança e à inovação”.
Para Jessica, o programa tem como diferencial o foco na liderança e não apenas no negócio. “Se a pessoa que está à frente do negócio não está bem, o impacto nos resultados é inevitável. O EVA nos olha como líderes, como mulheres, e nos fortalece a partir disso”.
Emily destacou o impacto direto da iniciativa no ecossistema. “Foram 90 mulheres inscritas, 15 selecionadas de cinco regiões do Estado. Muitas delas já estão fechando negócios, inclusive fora do Rio Grande do Sul. Essas conexões intencionais transformam não só a estrutura da sociedade, mas também a forma como as mulheres se enxergam como líderes”.
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Uma rede que se fortalece
A primeira edição do EVA foi realizada no Rio Grande do Sul com o apoio da Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade (Seidape), da Rede RS Startup, ligada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), e Elas Prosperam. Além disso, contou com o apoio de mais de 16 mentoras e de hubs de inovação como Tecnopuc, SebraeX e StarFactory. “Não recebemos nenhum recurso financeiro para viabilizar o programa. Foi feito com base em uma moeda valiosa: o networking”, afirmou Danielle.