A Petrobras abriu nesta terça-feira, 24, o prazo para envio de propostas para o edital voltado às startups, dentro do Programa Petrobras Conexões para Inovação. No valor de R$ 16 milhões, a seleção nacional traz desafios na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, em particular no campo da integridade de ativos. As inscrições ficam abertas até 23 de outubro.
Dentro do Conexões para Inovação, o módulo Startups é uma parceria entre a Petrobras e o Sebrae para desenvolver soluções e modelos de negócios de startups e pequenas empresas inovadoras por meio de projetos de inovação. Ao final do processo seletivo, as empresas vencedoras podem receber valores de até R$ 1 milhão — para os desafios soft tech, como desenvolvimento de softwares — ou até R$ 2 milhões para os deep tech, para elaboração de hardware e materiais, por exemplo.
Em contato com as áreas técnicas e de negócios, as pequenas empresas estarão imersas em grandes desafios da indústria e em cocriação de tecnologia de ponta. “A Petrobras é uma das principais investidoras em inovação aberta do país, com cerca de R$ 54 milhões aportados no módulo Startups desde a sua criação em 2019”, explica a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.
Renata destaca que as empresas selecionadas recebem suporte financeiro e apoio do corpo técnico da Petrobras para teste e qualificação das soluções inovadoras e o projeto pode ser escolhido para uma etapa de implantação. “Além disso, têm acesso a ambiente de teste real na indústria de óleo, gás e energia e, como o edital é de inovação aberta, ao final do processo, o produto ou tecnologia desenvolvido pode ser escalado para o mercado”.
O módulo Startups nasceu para ser a ponte entre a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e a chegada da tecnologia ao mercado. Contudo, tornou-se um processo de “Venture Building”, ou seja, criação de novos negócios inovadores. Além da titularidade compartilhada dos produtos desenvolvidos, o grande ganho previsto para a Petrobras vem da “implantação tecnológica”, a partir da solução dos desafios propostos e da sua perenização com o fornecimento pleno.
O diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, destaca a importância da parceria, que possibilita que pequenos negócios se integrem de maneira eficaz ao processo de inovação aberta da Petrobras, desenvolvendo tecnologias e inovações que trazem impactos positivos para a cadeia produtiva de energia, petróleo e gás. “Ao longo da execução dos projetos de P&D, o Sebrae acompanha de perto as startups, oferecendo suporte em gestão e promovendo ações que aumentam a competitividade e o acesso a mercados das empresas que participam do programa”.
Desde o início do módulo, há cinco anos, a Petrobras já estabeleceu parcerias com 53 startups de dez estados. Ao todo, são 63 projetos — algumas startups foram selecionadas em mais de um edital — com taxa de continuidade (novos contratos de P&D, fornecimento e investimento) de 30%, resultado muito acima da média de mercado.
O percentual considera apenas os contratos celebrados com a Petrobras, mas algumas startups já firmaram contratos com outras grandes empresas do setor. As brasileiras Vidya Technology (Paraná) e a Pix Force (Rio Grande do Sul) são exemplos. Atualmente, além de atender o mercado brasileiro, já exportam tecnologias desenvolvidas no âmbito do módulo Startups.
PIX Force
A PIX, que nada tem a ver com o sistema bancário, é uma startup especializada em soluções baseadas em visão computacional. A empresa tem dois projetos de P&D com a Petrobras, focados em segurança do trabalho. Segundo o CEO da Pix Force, Daniel Moura, a participação no edital fez a startup evoluir significativamente no posicionamento de mercado e a interação com os especialistas da empresa, o que permitiu entender profundamente os desafios. “Trabalhamos em estreita colaboração com o Sebrae para alinhar a solução às necessidades do mercado e do cliente. Esse processo de cocriação e validação foi essencial para desenvolvermos soluções”.
A startup também abriu escritório em Houston e tem uma operação na Finlândia para atender a Europa.
Vidya Technology
A brasileira Vidya Technology participou dos primeiros editais do Módulo Startup. A Vidya usa Inteligência Artificial, computação espacial e software para o monitoramento, integridade e manutenção de plantas industriais. Na ocasião, a startup tinha 20 funcionários. Atualmente, a Vidya tem mais de 60 empregados e, além da sede no Brasil, um escritório em Houston (EUA).
O CEO da Vidya Technology, Otávio Correa, destaca que o processo abrangeu aspectos como inteligência de mercado e identificação de oportunidade. “O teste e a validação da ferramenta em um caso real, forneceu insights valiosos para a expandirmos a solução. A Vidya hoje é uma scale-up, uma empresa madura, com um produto relevante e muito potencial”.
Saiba mais
As demandas da Petrobras para desenvolvimento de tecnologia e produtos são publicadas continuamente no site do programa Petrobras Conexões para Inovação.