Às vezes, me sinto como uma baleia correndo atrás de uma arraia.
A arraia é rápida, ágil, muda de direção num piscar de olhos.
A baleia é imensa, poderosa, mas carrega peso, e o fôlego parece acabar antes de alcançar.
Na vida real, a baleia não teria um motivo óbvio para perseguir uma arraia.
Mas, nesta metáfora, a baleia sou eu e também somos todos nós.
Carregamos força, bagagem, experiência.
Temos muito “poder de processamento” e capacidade de mergulhar fundo, mas somos mais lentos para reagir.
A arraia, por outro lado, representa as tendências, ferramentas e inovações que surgem e desaparecem rapidamente: leves, velozes, imprevisíveis.
Não estamos correndo atrás para devorar, e sim para acompanhar e, essa é a corrida que parece nunca acabar.
Essa é a sensação que tenho diante do conhecimento hoje.
Todos os dias surgem novas tendências, novas ferramentas, novos cursos, novas urgências.
Aprender virou maratona… mas a linha de chegada parece nunca aparecer.
Quando comecei minha jornada, o acesso ao conhecimento era mais restrito.
Os preços eram altos, as opções eram limitadas e, para ter acesso a bons conteúdos, era preciso esforço e investimento.
Eu costumo dizer que tinha “cinco canudos”, diplomas e certificações conquistados com suor, tempo e dedicação e que para minha geração eram super importantes.
Hoje, o cenário é outro: o conhecimento se popularizou e está ao alcance de qualquer pessoa disposta a buscar.
Isso é extraordinário. Nunca foi tão fácil aprender. Mas, junto com essa abundância, vem um desafio silencioso: o excesso.
A quantidade de conteúdo gerado na última década é gigantesca, impulsionada pela internet e pelas redes sociais.
Mas informação não é conhecimento.
O conhecimento nasce quando filtramos, processamos, compreendemos e aplicamos o que aprendemos de forma significativa.
No contexto de Inteligência de Negócios, isso é ainda mais crítico.
Não adianta seguir todas as métricas, baixar todos os relatórios e testar todas as ferramentas se não houver estratégia para transformar dados em decisões.
O mesmo vale para o aprendizado: consumir tudo, sem foco, pode nos deixar cansados, ansiosos e, paradoxalmente, menos produtivos.
Talvez o segredo não esteja em saber mais, mas em pausar para integrar o que já sabemos.
Selecionar com rigor o que consumimos, conectar os pontos e aplicar na prática.
Porque a verdadeira inteligência, seja nos negócios ou na vida, não é correr atrás de todas as arraias, mas escolher qual vale a pena acompanhar.
Reflita, respire e compartilhe se você também já se sentiu assim.