Em um contexto de tantas incertezas, existe um poder mágico que pode elevar o nível das lideranças e relacionamentos de trabalho: a empatia. Ela é a capacidade de se colocar no lugar do outro, sentir o que a pessoa está sentindo e tentar entender seu ponto de vista. “Quando o líder pratica a empatia, ele constrói confiança, fortalece os laços do time, e ainda ajuda seu time a trabalhar melhor em equipe, de forma colaborativa”, explica a ex-executiva, coach e sócia-proprietária da Quantum Development, Bianca Aichinger.
Segundo a pesquisa “2024 State of Workplace Empathy Report”, 55% dos CEOs acreditam liderar com empatia, mas apenas 28% dos colaboradores concordam com essa percepção. Isso ocorre justamente porque não basta dizer que se importa ou criar políticas legais sobre o tema, mas ter atitudes autênticas que sejam percebidas pela equipe. “Essa discrepância mostra claramente como existe um gap entre a intenção e a percepção na prática da empatia. Muitos CEOs acreditam que estão sendo empáticos porque talvez tenham tomado medidas pontuais ou dito palavras de incentivo, mas os colaboradores não sentem isso no dia a dia”, detalha Bianca.
Além disso, ela destaca que essa diferença de percepção pode surgir porque os líderes costumam ter uma visão mais positiva de si mesmos, uma espécie de ‘ponto cego’. “Eles podem acreditar que estão sendo acessíveis e compreensivos, mas, do outro lado, os colaboradores podem estar vivendo uma realidade de pressão, falta de escuta e decisões unilaterais”.

Diferentes tipos de empatia e como aplicá-los na prática
Existem três diferentes tipos de empatia, eles variam de acordo com a forma como essa conexão com o outro acontece. A empatia pode ser cognitiva, quando entendemos racionalmente o que a pessoa está pensando ou passando. Já a empatia emocional é quando realmente sentimos junto. “Como se fossemos contagiados pela emoção alheia”, explica Bianca. E a empatia por compaixão é quando além de entender e sentir, queremos partir para ação compassiva e ajudar.
O ponto inicial para demonstração de empatia passa por escutar de forma verdadeira o outro, não apenas ouvindo, mas prestando atenção no que está sendo dito, sem julgar ou interromper. Outra forma, segundo Bianca, é ‘perguntar como as pessoas estão se sentindo e o que elas precisam, e lembrar de fazer um follow-up depois’. Por fim, reconhecer o esforço das pessoas, agradecer pelo trabalho e, quando possível, ser flexível e dar apoio nos momentos difíceis, faz uma grande diferença. “São coisas simples, mas que mostram que o líder se importa de verdade”, completa.
“A empatia impacta diretamente a performance das equipes porque é através dela que nasce a confiança. Quando isso ocorre, o time se sente mais à vontade para compartilhar ideias, falar sobre desafios e até admitir erros sem medo de represálias. Isso é crucial para a performance porque equipes com alta confiança são mais colaborativas, criativas e resilientes”, detalha Bianca. Ela avalia que empatia não é mais negociável, uma vez que as novas gerações não são motivadas apenas por salário ou status, mas querem sentir que são ouvidas e valorizadas, e isso ocorre por meio da empatia.
A boa notícia é que a empatia é uma soft skill que pode ser desenvolvida e aprimorada. Ela começa com uma escuta consciente e intencional. “As pessoas são capazes de saber se a outra pessoa está escutando de verdade ou não. Sem escutar de verdade não conseguimos ter nenhum tipo de empatia e pra que isso aconteça é necessário desacelerar, algo muito desafiador (mas possível) no mundo corporativo”, conclui.
Sobre a Quantum Development
Com foco no desenvolvimento de equipes de liderança de alta performance, a Quantum Development apoia seus clientes na sua profissionalização e na transformação da cultura organizacional em um mundo em constante evolução. Criada em 2021 pelas sócias-fundadoras Bianca Aichinger e Susana Azevedo, que possuem mais de duas décadas de experiência no mercado corporativo nacional e internacional, a Quantum Development tem em seu portfólio de clientes empresas como Grupo Leveros e Uappi.