Um novo mapeamento da ciência e inovação no Brasil mostra que o Rio Grande do Sul está em segundo lugar entre os estados com maior número de iniciativas na área. Além disso, a capital gaúcha, Porto Alegre, aparece na quinta colocação entre os municípios. Os dados fazem parte do Atlas da Inovação, lançado na última quarta-feira, 31, e se somam a outros rankings e pesquisas que ressaltam o potencial inovador do Estado.
Conforme o levantamento realizado pela Rede de Observatórios do Sistema Indústria e pelo Observatório Nacional da Indústria, o Rio Grande do Sul conta com 10% do total de ativos em ciência e inovação do país. Ativos são todos os elementos tangíveis e intangíveis que contribuem para o avanço do conhecimento científico e tecnológico, incluindo startups, laboratórios, incubadoras, patentes e centros de pesquisa.
São Paulo está na liderança, com 27,6%. Minas Gerais (9,6%), Paraná (9%) e Rio de Janeiro (8,3%) completam os cinco primeiros. Entre as cidades, Porto Alegre tem 2,7% do total de ativos e aparece atrás de São Paulo (11%), Rio de Janeiro (6%), Curitiba (4,2%) e Belo Horizonte (3,1%).
De acordo com o superintendente do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, o Atlas da Inovação traz um mapeamento completo sobre onde está a inovação brasileira e quais os desafios que temos que vencer daqui para frente. “Serve para auxiliar políticas públicas, investimentos, universidades e empresas. Fizemos cruzamentos de dados inéditos que trazem um panorama nunca visto na área de inovação do país”.
Segundo a Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp, o resultado comprova o papel de destaque que o Estado ocupa no cenário da inovação. “Este lugar entre os melhores é fruto dos investimentos expressivos em inovação, ciência e tecnologia feitos no Rio Grande do Sul, com ênfase na forte atuação da quádrupla hélice, que reúne governo, academia, iniciativa privada e sociedade civil organizada”. Para Simone, é nessa união de esforços que está o diferencial do Estado, inclusive para este momento de recuperação após a emergência climática. “Como governo do Estado, temos trabalhado para retomar nossas ações e construir políticas públicas robustas e eficientes”.
Ação em diversas frentes
O Rio Grande do Sul é o primeiro lugar entre entidades promotoras de empreendimentos inovadores do Brasil e o segundo lugar em inovação no Brasil, atrás apenas de São Paulo (dados do Centro de Liderança Pública – CLP). Em 2022, o Estado rompeu a barreira das mil startups em atividade e se consolidou como o terceiro maior ecossistema do país (dados da ABStartups). Conta com 18 parques tecnológicos, sendo que dois deles já foram eleitos os melhores do Brasil (Tecnosinos e Tecnopuc). Além disso, Porto Alegre está no top 5 dos ecossistemas emergentes mais promissores para startups da América Latina (Global Startup Ecosystem Report 2023).
Correalizado pelo governo do Rio Grande do Sul, o South Summit Brazil é um exemplo de ação que fomenta a potência inovadora do Estado, reunindo startups, empresas, fundos de investimento e outros atores do ecossistema nacional e internacional. A quarta edição do evento foi confirmada para 9 a 11 de abril de 2025, no Cais Mauá, em Porto Alegre.
Além disso, o governo, por meio da Sict e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), investe em editais – somente em 2023, foram anunciados mais de R$ 200 milhões para projetos de pesquisa e inovação nas áreas de semicondutores, agronegócio, saúde, games, educação, inovação aberta e meio ambiente, entre outras.
A Sict também desenvolve uma série de iniciativas para alavancar os setores considerados prioritários no seu planejamento estratégico para o período de 2023 a 2026. O Inova RS, programa guarda-chuva da pasta, atua na lógica dos ecossistemas regionais de inovação, enquanto o programa Startup Lab busca incentivar a inovação aberta com a aproximação entre os desafios de empresas e as soluções de startups. Além disso, o projeto Rotas da Inovação tem percorrido todas as regiões do Estado para fortalecer a articular ainda mais a quádrupla hélice.
Saiba mais
A Rede de Observatórios do Sistema Indústria e o Observatório Nacional da Indústria mapearam quais são os estados com mais ativos em ciência e inovação do país e quais os principais setores. No estudo, mais de 140 mil ativos foram incluídos. A categoria patentes lidera a corrida tecnológica brasileira, com mais de 48 mil registros. Em seguida, vêm grupos de pesquisa e laboratórios. Os principais setores são tecnologia da informação e comunicação, energia e saúde.
O Atlas também apresenta o número de empresas com potencial inovador no país, incluindo startups, empresas beneficiadas com a Lei do Bem, empresas com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para inovação, empresas beneficiadas com financiamento não reembolsável e empresas residentes em parques tecnológicos. O Rio Grande do Sul ocupa o segundo lugar do ranking com 1.202 empresas (13%), atrás apenas de São Paulo (38,7%).