Pesquisas recentes comprovam que muitos treinamentos corporativos estão parados no tempo. Segundo estudo da empresa de consultoria Gartner, um dos principais desafios do futuro do trabalho é tornar o aprendizado mais ágil e relevante. A newnew, focada em educação corporativa, afirma que 57% dos profissionais estão motivados para aprender, mas 60% não conseguem aplicar o que aprendem uma vez que os treinamentos ainda são genéricos e desatualizados.
Segundo Susana Azevedo, coach e especialista em desenvolvimento profissional e mudanças organizacionais e sócia-proprietária da Quantum Development, o formato dos treinamentos corporativos impacta na aprendizagem. “Os modelos tradicionais de treinamento não são mais adequados ao contexto atual e futuro, com todos os graus de complexidade e ambiguidade. Manter os participantes exclusivamente em um modelo de sala de aula, não funciona para o desenvolvimento de competências, ainda mais para habilidades não técnicas, como as de liderança, gestão, ou negócio e estratégia, ou habilidades sociais-emocionais, inter-relacionais para trabalho colaborativo, como comunicação ou inteligência emocional”.
Além disso, os adultos esquecem como foi seu processo de aprendizagem na escola. “Frequentemente eles têm o pensamento mágico de que, por serem adultos, não precisam passar pelo processo de aprendizagem, que é só ter acesso a uma leitura ou vídeo e já é suficiente. É preciso experimentar e acertar ou errar. Essa é uma jornada de desenvolvimento, que integra a teoria com a prática experimentada, até adquirir conhecimento, habilidade e algum nível de experiência”, explica a especialista, lembrando que na escola o ensino da matemática ou o português é sempre acompanhado de exercícios práticos e provas, o que muitas vezes não ocorre em treinamentos corporativos.
A solução está na criação de jornadas de aprendizagem. As empresas devem mapear os desafios de futuro, alinhando propósito, visão e estratégia da organização com as necessidades de desenvolvimento com um olhar de longo prazo, de 3 a 5 anos. A partir daí são criadas trilhas de desenvolvimento que devem ser dinâmicas e incluir diferentes formatos de aprendizagem e prática, para acelerar o desenvolvimento das pessoas, tanto em termos de habilidades e competências, como em termos de modelos mentais, modelos de trabalho e de relacionamento.
Os formatos dos programas devem ser dinâmicos, podendo ocorrer de forma virtual ou presencial, mesclando capacitações individuais e coletivas. Além disso, o uso de tecnologia é bem-vindo. “É importante focar em projetos experimentais e práticos, algum tipo de mentoria ou coaching individual, além de apoio entre pares. Esses são alguns dos elementos que podem tornar os programas de desenvolvimento mais eficazes e eficientes”, avalia Susana.

Essas trilhas devem ser sempre revisitadas e atualizadas. “Por fim, e quem sabe o mais importante, é incutir na cultura organizacional a importância da aprendizagem para a vida, a mentalidade de eterno aprendiz”, explica a especialista.
Ela finaliza sinalizando que as áreas de RH devem atuar como um apoio estratégico às outras áreas de negócio, fortalecendo o desenvolvimento contínuo das pessoas, conectando à execução da estratégia e ao fortalecimento da cultura que permitirão atingir a visão e o propósito da organização. Além disso, é importante cultivar um senso de auto responsabilização: “Os principais responsáveis pela sua evolução são as próprias pessoas. O apoio e estruturas de desenvolvimento da organização são apenas um elemento adicional a compor o seu plano de evolução pessoal e profissional. Os profissionais necessitam ser protagonistas e ter pensamento analítico, para junto com seus líderes, colegas e RH, mapearem e acordarem o que é necessário e se engajarem para a sua própria transformação”.
Sobre a Quantum Development
Com foco no desenvolvimento de equipes de liderança de alta performance, a Quantum Development apoia seus clientes na sua profissionalização e na transformação da cultura organizacional em um mundo em constante evolução. Criada em 2021 pelas sócias-fundadoras Bianca Aichinger e Susana Azevedo, que possuem mais de duas décadas de experiência no mercado corporativo nacional e internacional, a Quantum Development tem em seu portfólio de clientes empresas como Grupo Leveros e Uappi.