No mundo digital de hoje, a essência da inovação não está apenas nos algoritmos, softwares ou dispositivos. Ela reside na infraestrutura invisível que conecta tudo, como nuvens, data centers, aplicações, usuários e etc. Essa conectividade deixou de ser apenas um componente técnico para se tornar um verdadeiro ativo estratégico, capaz de impulsionar competitividade, eficiência e crescimento sustentável.
A conectividade tornou-se um alicerce fundamental para manter essas infraestruturas e impulsionar a competitividade de mercado, desde operações do setor financeiro a linhas de produção inteligentes, passando por plataformas de streaming. Nenhuma indústria funciona sem uma rede robusta, confiável e eficiente, especialmente em um cenário cada vez mais distribuído e digital.
O debate ganha força durante a 15ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil, organizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O evento ocorre entre 15 e 19 de dezembro no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP), e será palco para importantes discussões em torno do tema, reunindo sociedade e governo para estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil.
Explosão multicloud e seus desafios
O avanço acelerado da computação em nuvem transformou radicalmente a forma como organizações lidam com dados e aplicações. Hoje, a nuvem não é mais uma alternativa tecnológica, mas o ambiente natural da economia digital. Mais do que isso, as empresas passaram a adotar estratégias multicloud, buscando o melhor de cada provedor.
De acordo com levantamento da FGVcia (Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV EAESP), em 2025, 52% das empresas brasileiras já processam dados em ambientes de nuvens. O estudo calculou um crescimento médio de 10% ao ano. Esse avanço acompanha uma tendência global: organizações combinam diferentes provedores de nuvem para acessar recursos específicos de análise, performance, segurança e alcance geográfico.
Diante dessa necessidade crescente, surge o grande desafio: como conectar múltiplas nuvens, aplicações e usuários de forma coerente, segura e eficiente, sem comprometer desempenho, custos ou governança.
Integração e gestão eficiente são os maiores obstáculos
Cada provedor de nuvem foca na excelência do seu próprio ecossistema, não no ambiente multicloud como um todo. Assim, muitas empresas criam conexões isoladas, VPNs, links físicos e integrações pontuais, que acabam formando a chamada “Síndrome do Espaguete”, uma rede complexa, cara e difícil de gerenciar.
Os impactos dessa fragmentação já são amplamente documentados. Uma pesquisa da Red Hat (2024) mostra que, embora os investimentos em multicloud cresçam, integração e gestão seguem como os pontos mais críticos.
Um dos setores mais afetados é o financeiro,no quallatências de apenas 200 a 400 milissegundos podem causar falhas em transações, interrupções no e-commerce ou problemas críticos em IoT. Segundo o relatório, 70% dos problemas de desempenho em ambientes multicloud surgem de conexões improvisadas ou mal planejadas.
Adoção mal planejada gera ameaças
A falta de uma rede multicloud bem planejada acarreta problemas que muitas organizações ainda enfrentam ao gerenciar ambientes complexos de nuvem, podendo resultar em custos operacionais elevados, silos de dados e falta de visibilidade sobre o fluxo de informações.
Segundo pesquisa da IDC Brasil realizada em 2025, 45% das organizações brasileiras planejam reforçar suas estratégias de multicloud, priorizando neutralidade geopolítica e distribuição de risco. Além disso, 44% das empresas pretendem migrar workloads para data centers localizados no Brasil, motivadas por exigências de soberania de dados e eficiência operacional.
Esses desafios incluem integração de dados entre diferentes plataformas, visibilidade limitada do tráfego e dificuldades em uniformizar segurança e compliance entre nuvens distintas, aspectos que podem comprometer performance, custos e agilidade de negócios se não forem tratados de forma estratégica.
A adoção de uma arquitetura multicloud planejada, com foco em integração e governança, pode mitigar esses riscos, proporcionar maior controle sobre os ambientes distribuídos e entregar os benefícios prometidos pela estratégia multicloud de forma mais segura e eficiente.
DE-CIX apresenta modelo de Multicloud integrado à arquitetura de rede
O Multicloud Connected by Design é um modelo arquitetural de conectividade voltado a empresas que operam em ambientes digitais complexos, propondo a substituição de conexões ad hoc por uma arquitetura de rede coesa, unificada e segura, que interliga todas as nuvens, data centers e usuários por meio de um núcleo central.
Essa abordagem oferece benefícios imediatos, como redução de latência e otimização do tráfego das informações, visibilidade unificada sobre todo o fluxo de dados, segurança de ponta a ponta com criptografia e compliance automatizado, e escalabilidade instantânea acompanhando demandas e expansão geográfica.
Na prática, esse modelo pode ser viabilizado por soluções de interconexão dedicadas, como o DE-CIX Direct Cloud, que permite acesso direto e seguro a diferentes provedores de nuvem dentro de uma arquitetura integrada, reduzindo complexidade operacional e aumentando o controle sobre os ambientes multicloud.
O Multicloud Connected by Design não representa uma evolução tecnológica, mas uma abordagem estratégica para a construção de ecossistemas digitais mais inteligentes, resilientes e preparados para o futuro, nos quais a conectividade passa a ser tratada como um ativo essencial para o negócio.

