A tecnologia foi destacada como uma importante aliada no combate à mudança do clima durante o dia temático de Ciência e Tecnologia, na última segunda-feira, 10. “O debate sobre tecnologia é fundamental. Em uma conferência voltada à implementação e à aceleração das ações climáticas, a tecnologia é o que nos permite alcançar escala e velocidade”, afirmou a CEO da COP30, Ana Toni.
Um dos destaques do dia foi o lançamento da “Green Digital Action Hub” – uma plataforma que apoia soluções tecnológicas para o clima em 82 países. A iniciativa é resultado da Declaração de Ação Digital Verde acordada por 82 países e 1.800 organizações na COP29, no Azerbaijão.
“A Green Digital Action Hub, ou GDA Hub, reúne vários atores, incluindo o Banco Mundial, a Coalizão do Pacto Verde Europeu, a Agência Alemã de Cooperação Internacional, a Coalizão para a Sustentabilidade Ambiental Digital e o Instituto Global de Crescimento Verde, sob a liderança brasileira”, explicou o secretário-geral Adjunto da União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), Tomas Lamanauskas.
Na mesma sessão, foi lançado o Instituto de Inteligência Artificial (IA), uma iniciativa global que busca apoiar governos no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas à ação climática.
“Nosso objetivo é garantir que esse trabalho global de integração do digital às soluções climáticas avance de forma coordenada, assegurando que as tecnologias digitais sejam sustentáveis e contribuam efetivamente para o enfrentamento da crise climática”, completou Tomas.
Exemplos de sucesso

As soluções tecnológicas do Brasil foram citadas como ferramentas que auxiliam no enfrentamento da crise climática, a exemplo do sistema da Defesa Civil que emite alerta de riscos de eventos extremos. A ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, relembrou as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, no ano passado, quando a plataforma gov.br serviu como carteira digital de identidade para quem havia perdido os documentos e também para a concessão de benefícios sociais.
“Conseguimos implementar em seis dias um sistema de pagamento de benefícios. Isso foi possível porque juntamos a estrutura de sistemas de pagamentos, com a de identidade, além das estruturas adicionais de identificação de pessoas em situação de emergência. Estamos produzindo um estudo de caso que relata este processo, como inspiração e referência para que outros possam fazer o mesmo e mitigar efeitos negativos das mudanças do clima”, contou Dweck.

