Quando falamos em sucesso, a imagem que geralmente vem à cabeça é a da “medalha no final da corrida”. No empreendedorismo, o equivalente pode ser a empresa crescendo, a capa de uma revista, o contrato assinado, a foto perfeita no palco. Mas será que sucesso é só isso?
Na minha jornada como corredora amadora e empreendedora, descobri que não. A medalha, ou o “grande resultado” que todo mundo vê, é apenas o detalhe mais visível de um processo longo, silencioso e, muitas vezes, solitário.
A medalha que o mundo vê, o processo que ninguém enxerga
Para cruzar a linha de chegada da São Silvestre, uma das corridas de rua mais famosas, esperadas e presentes na mente do brasileiro e sonho de todo corredor amador que cresceu desde criança, assistindo e ouvindo falar da São Silvestre, eu precisei de mais do que uma passagem de avião e uma inscrição feita. Não foram só quilômetros percorridos em treinos solitários e não fotografado: foram dias de dor, de cansaço, de treino interrompido porque o corpo não rendia, por conta do calor, do frio ou da chuva. Foram sábados de treino solitário, em que terminar 10 km parecia uma grande vitória.
No empreendedorismo, é a mesma coisa. Quem olha de fora enxerga o “case de sucesso”, mas não vê os bastidores: os “nãos” recebidos, as noites em claro, as pausas necessárias, as escolhas difíceis. O sucesso que importa não é o aplauso final, mas a disciplina, a resiliência e a coragem de continuar caminhando quando ninguém está olhando.
As pequenas vitórias que constroem o grande sucesso
Na corrida, completar um treino sozinha num sábado pela manhã, enquanto o mundo dorme, já é uma vitória. No empreendedorismo, fechar o primeiro cliente, validar uma ideia, receber um elogio verdadeiro também são medalhas, invisíveis, mas fundamentais para que a gente continue nesta jornada.
Essas pequenas conquistas, acumuladas ao longo do tempo, são o que realmente constroem o grande sucesso. Não é sobre o pódio; é sobre o caminho até ele.
O momento silencioso da realização
Quando finalmente cruzei a linha de chegada da São Silvestre, estava exausta, suada, sem foto bonita nem abraço de celebração. Mas, dentro de mim, havia uma realização imensa: eu cheguei até aqui, eu realizei o meu sonho de corredora amadora, de quase 50 anos que veio de lá do interior do Rio Grande do Sul. Esse foi o meu sucesso.
Assim também acontece no empreendedorismo. Às vezes, o momento mais transformador não vem com aplausos, mas com a certeza pessoal e silenciosa de que você foi capaz de chegar até ali, apesar de tudo.
Sucesso é processo, não glamour
A maior lição que levo dessa experiência é simples: o sucesso que o mundo enxerga é só um detalhe. O verdadeiro sucesso está nos bastidores, nas escolhas diárias, na constância silenciosa, nos passos invisíveis que você dá com coragem e autenticidade.
E, seja na corrida ou no empreendedorismo, cada passo importa.