De 14 a 17 de outubro, Caxias do Sul será palco da maior feira de inovação industrial da América Latina. A Mercopar 2025 promete surpreender com um panorama das principais tendências e tecnologias que estão transformando a indústria nacional e global. Promovida pelo Sebrae RS, em parceria com a Fiergs, a feira é reconhecida por sua forte presença nos setores de máquinas para metalmecânica, plástico, borracha e energia, e, nos últimos anos, tem se consolidado como espaço estratégico para apresentar inovações disruptivas aplicadas ao chão de fábrica. Nesta edição, os visitantes terão acesso a soluções que já estão moldando a indústria do futuro, e que também chamam a atenção em feiras internacionais como a Hannover Messe, na Alemanha.
Segundo o especialista em Indústria Inteligente do Sebrae RS, Fabiano Dallacorte, um dos destaques desta edição é a manutenção preditiva, uma tecnologia cada vez mais essencial para o aumento da eficiência das máquinas. A partir da instalação de sensores inteligentes, é possível monitorar em tempo real variáveis como vibração, temperatura, ruído e consumo energético. “Esses dados são interpretados por sistemas inteligentes que identificam desvios e antecipam falhas antes que se tornem problemas reais, permitindo uma programação de manutenção mais precisa e evitando paradas inesperadas”.
Para Dallacorte, outro ponto central na transformação da indústria, e amplamente explorado na feira, é a visibilidade da produção. Sensores instalados ao longo da linha produtiva coletam informações detalhadas sobre o desempenho operacional, como a quantidade de itens produzidos, desperdícios, consumo de energia e produtividade por hora. Esses dados são integrados a sistemas MES (Manufacturing Execution Systems), que conectam o chão de fábrica ao planejamento estratégico, viabilizando decisões mais rápidas, precisas e orientadas por dados.
“A evolução tecnológica ganha ainda mais profundidade com os chamados gêmeos digitais, uma das soluções mais fascinantes que estarão em exposição”, explica. Trata-se de uma réplica digital da fábrica, criada a partir dos dados coletados em tempo real. Essa representação virtual permite simular o funcionamento de máquinas, prever gargalos, testar cenários e ajustar processos sem a necessidade de interferir fisicamente na operação. A tecnologia, que já começa a ser chamada de “metaverso industrial”, amplia a capacidade de gestão remota e a previsibilidade no ambiente produtivo.
“Em meio aos desafios enfrentados pela indústria, especialmente no que diz respeito à escassez de mão de obra qualificada, a realidade aumentada e a realidade mista também aparecem como aliadas importantes”, projeta Dallacorte. Por meio de óculos inteligentes, operadores podem visualizar instruções projetadas diretamente sobre os equipamentos, recebendo orientações para montagem, manutenção ou operação. A tecnologia também permite suporte técnico remoto, aumentando a autonomia das equipes e reduzindo falhas operacionais, além de ser uma poderosa ferramenta para treinamentos mais eficientes.
A inovação também está presente na matéria-prima. Um exemplo é a chegada da empresa alemã Igus, que apresentará seus plásticos autolubrificáveis, materiais desenvolvidos para substituir componentes metálicos em ambientes onde o uso de óleo e graxa representa risco de contaminação, como na indústria alimentícia. “A aplicação desses novos materiais contribui para processos mais limpos, seguros e sustentáveis. Além disso, outras soluções em destaque incluem a impressão 3D em metal, que permite a produção de peças com geometrias complexas e personalizadas, otimizando o uso de recursos e viabilizando novos modelos de design industrial”, detalha.
Com essas e outras inovações, a Mercopar 2025 reafirma seu papel como uma plataforma de conexão entre empresas, startups, instituições e profissionais interessados em tecnologia, produtividade e futuro industrial. “Para o Sebrae RS, a feira é uma oportunidade concreta de aproximar as micro e pequenas empresas das ferramentas que vão garantir sua competitividade nos próximos anos, fomentando uma indústria mais inteligente, integrada e sustentável”, conclui Dallacorte.