A gente sabe que está fazendo algo importante. A gente percebe quando alguém escuta o que dizemos, quando uma ideia nossa é colocada em prática, quando uma outra mulher nos agradece por ter sido ouvida.
Mas nem sempre a gente se sente líder.
Porque, mesmo quando lideramos, não fomos ensinadas a nos ver nesse lugar.
Fomos ensinadas a colaborar, a ajudar, a apoiar, a resolver.
Mas nunca a levantar a mão e dizer: “Eu estou aqui. Eu tenho algo a dizer.”
É por isso que tantas lideranças femininas seguem invisíveis.Porque ser uma liderança, para nós, quase sempre vem depois da prática e não do título.
A gente já lidera antes de perceber. E mesmo percebendo… muitas vezes a gente hesita em se afirmar nesse lugar.
Ao longo da minha trajetória, conheci mulheres incríveis, movendo ideias, abrindo portas, criando negócios, puxando outras com elas.
Mas com uma coisa em comum: a dificuldade de se reconhecer como liderança.
E não por falta de competência. Mas por excesso de cobrança, de comparação, de medo de parecer “arrogante”. Porque aparecer ainda é visto como vaidade e não como presença.
Foi por isso que, um dia, eu comecei a usar o verbo pavonear. Não como um grito, mas como um chamado. Pavonear é ocupar com coragem, e existir com intenção e principalmente se permitir brilhar.
Liderar, pra mim, tem sido isso: um exercício diário de escuta, de presença e de reconstrução. Reconstruir o que ensinaram sobre mulher, sobre sucesso, sobre ambição.
E criar, juntas, novas formas de estar no mundo.
Porque o que falta, muitas vezes, não é vontade, nem potência. Na prática o que falta só que alguém diga: “Você pode, sim. Você já está fazendo.”
E se você está lendo isso e sentindo que se reconhece… então já sabe:
Você não está sozinha.
Você já é uma liderança.
Talvez só esteja esperando se permitir dizer em voz alta.