A inteligência artificial generativa não é mais só uma promessa. É uma realidade em fase de maturação estratégica. Essa foi a principal mensagem do Executivo de Negócios do Google, Adriano Souza, durante sua apresentação nesta quarta-feira, 4, no Palco Share da Gramado Summit 2025. Com o tema ‘Beyond GenAI: Da Experimentação à Transformação’, a palestra abordou casos reais, ferramentas aplicadas e reflexões sobre o uso responsável da IA nos negócios. “Estamos saindo da fase da experimentação e entrando numa etapa em que a IA precisa estar no centro da estratégia das empresas”, afirmou o executivo.
Souza citou exemplos de como a IA tem ampliado acessos em diferentes setores. Um deles: aplicativos gratuitos usados por mais de 3 milhões de pessoas com deficiência visual, que identificam objetos, interpretam cédulas de dinheiro e ajudam na navegação urbana. Outro caso envolve o uso de inteligência artificial em diagnósticos médicos. A tecnologia do Google tem sido aplicada para aumentar as chances de detecção precoce de doenças, cruzando dados de pacientes com padrões de casos semelhantes. ““A grande barreira é o acesso à prevenção. O sistema do Google tem sido cada vez mais trabalhado junto com médicos e cientistas para ampliar esse acesso e permitir que especialistas consigam analisar remotamente. É uma forma de democratizar o cuidado, especialmente em regiões com menos estrutura”, destacou.
Pilares estratégicos da IA no Google
Segundo Adriano, o avanço da inteligência artificial no Google segue três eixos principais:
- Crescimento com rentabilidade: empresas parceiras têm registrado aumento significativo no retorno sobre investimento em campanhas digitais;
- Produtividade com eficiência: ferramentas como o Google Workspace já oferecem suporte inteligente para geração de insights, organização de dados e produção de conteúdo;
- Transformação com escala: a IA está sendo usada não apenas como produto final, mas como estrutura-base para soluções customizadas por setor e por desafio.
Casos práticos
Souza apresentou o Vertex AI, plataforma do Google Cloud que permite a empresas treinar modelos de linguagem adaptados à sua realidade. Um dos exemplos foi o de uma rede varejista nos EUA, que usou IA para monitorar a posição de produtos nas gôndolas e prever desperdícios ao cruzar dados de vendas com datas de validade. “A IA pode ser treinada para gerar vídeos, alimentar sites, responder chats e até escrever campanhas inteiras com base em dados comportamentais”.
O executivo reforçou que o marketing enfrenta hoje um paradoxo: mais dados disponíveis, menos clareza sobre como interpretá-los. “Temos muito acesso e pouca ação. A IA não resolve isso sozinha, mas ajuda a transformar complexidade em clareza”. Segundo Souza, empresas que já aplicam IA nas campanhas têm visto um retorno até 14% maior em comparação com estratégias tradicionais.
O futuro da busca será conversacional
Entre os anúncios mais aguardados está a chegada da Search Generative Experience (SGE), uma nova interface de busca que usa IA para interações mais conversacionais. “A ideia é que você não apenas pergunte, mas converse com o buscador. Vai poder dizer que quer ‘um tapete colorido para uma sala grande’ e ele vai sugerir imagens e opções reais de compra, com base na sua intenção”, destacou Souza.
O executivo reforçou que a IA precisa deixar de ser um projeto isolado de inovação ou uma pauta de TI. “Deve estar no centro da estratégia de negócio, orientando áreas como vendas, atendimento, logística e criação de valor”.
Ao final da palestra, Souza trouxe uma provocação: “Tudo isso só faz sentido se não esquecermos para quem estamos criando. IA é ferramenta, mas é o ser humano que está no centro”. Ele também reforçou que o Google continuará oferecendo suporte para empresas que queiram experimentar e escalar soluções com inteligência artificial de forma responsável. “A transformação não é sobre automatizar tudo. É sobre fazer melhor, com intencionalidade”.