O setor de semicondutores, considerado fundamental para o futuro da indústria e da inovação, foi um dos temas em destaque no último dia do South Summit Brazil 2025. Em dois painéis realizados nesta sexta-feira, 11, especialistas e autoridades discutiram os desafios e as oportunidades da cadeia produtiva, com foco nas iniciativas do Rio Grande do Sul para impulsionar esse ecossistema.
No Demo Stage, o painel “Can We Play the Game? Policies and Initiatives for the Development of Semiconductor Industry in RS” abordou as ações em curso no Estado. O diretor de Conhecimento para Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Guilherme Camboim, reforçou que a área exige investimentos robustos e planejamento de longo prazo. “Desde 2023, o programa Semicondutores RS vem estruturando essa agenda com foco na atração de empresas e formação de talentos. Já temos um Roadmap Tecnológico e um Fórum Permanente em funcionamento”.
O presidente da Invest RS, compartilhou os aprendizados da missão do governo à Malásia, um dos maiores polos globais do setor. “Fomos apresentar o que o Estado tem a oferecer e entender como nos posicionar melhor para atrair negócios e talentos qualificados”.
Dentro dessa estratégia, Prikladnicki também destacou o RS Talentos, programa lançado na véspera pela Sict, que oferecerá bolsas de estudo em cursos de engenharia voltados ao setor de semicondutores. “Queremos fortalecer a base de formação técnica para garantir que tenhamos os profissionais necessários para sustentar esse crescimento”.
Já o CEO da Tellescom Semicondutores, Ronaldo Aloise Junior, apontou que o Rio Grande do Sul está pronto para receber novos investimentos na área. A empresa assinou um termo de engajamento com a Invest RS para instalação de uma nova fábrica no Estado. “Estamos criando as condições para que outros players também queiram vir para cá”.
Talentos e tecnologia
No RS Innovation Stage, o painel “Tecnologia e talentos: o futuro dos semicondutores no Brasil” reuniu representantes do setor produtivo e da academia para aprofundar o debate. A mediação foi do professor da PUCRS, Adão Villaverde, que destacou o momento promissor do setor no Brasil. “Temos um ecossistema completo, mas precisamos acelerar o desenvolvimento para não perder competitividade”.
A diretora de Negócios da Ceitec, Edelweis Ritt, reforçou o potencial do RS para se consolidar como polo tecnológico. Julio Leão, diretor da EnSilica, chamou atenção para a necessidade de incentivar a capacitação técnica dentro das próprias empresas. “O conhecimento específico nem sempre vem da formação formal. Apoiar o treinamento interno é fundamental”.
A diretora institucional da Abisemi, Rosana Casais, fechou o painel destacando o papel das políticas públicas. “A consolidação do setor passa por políticas de Estado que integrem formação, infraestrutura e apoio à inovação”.