Apesar do crescimento em visibilidade e relevância no mercado, o ecossistema de startups brasileiro ainda enfrenta um obstáculo estruturante: a baixa sustentabilidade financeira. De acordo com levantamento do Observatório Sebrae Startups, entre as 18.458 startups cadastradas na plataforma Sebrae Startups, 56,56% ainda não registram faturamento.
Essa realidade escancara o que o mercado costuma chamar de “vale da morte”, um período crítico em que as startups, mesmo com soluções inovadoras, enfrentam dificuldades para gerar receita suficiente e alcançar o ponto de equilíbrio. Segundo a gestora nacional do Sebrae Startups, Cristina Mieko, isso acontece porque a startup ainda não encontrou o encaixe ideal entre produto e mercado. “Para superar essa fase, é fundamental validar rapidamente a proposta de valor, gerenciar o caixa com rigor e buscar fontes de recursos que garantam a continuidade do negócio”.
Além da validação, alcançar o product-market fit com foco total no cliente e acompanhar indicadores estratégicos, como a taxa de aquisição e retenção, são passos essenciais para consolidar a sustentabilidade do negócio.

Atuação nacional para transformar ideias em negócios viáveis
Presente em 1.413 cidades brasileiras, o Sebrae Startups tem sido um importante motor para reduzir a taxa de mortalidade das startups. A plataforma atua desde a fase de ideação até os estágios de validação e tração, oferecendo apoio com capacitação, mentorias, conexões estratégicas e acesso a investimento. “Nosso papel é ser um viveiro de startups. Queremos oferecer tudo o que um negócio inovador precisa para crescer com saúde”, destaca Cristina.
Desde sua criação, há dois anos, o Sebrae Startups já impactou mais de 18 mil startups em todo o país, com média de participação em quatro programas por empresa. Entre os destaques, estão o Catalisa ICT, com R$ 16 milhões destinados a projetos de base tecnológica, e o Inova Startups, que já investiu mais de R$ 27 milhões em negócios inovadores.
Outro diferencial é a capilaridade nacional. O Sebrae atua nos 26 estados e no Distrito Federal com ações adaptadas às realidades regionais. Programas como o Inova Biomas, voltado à Amazônia, e o Startup Nordeste, com foco em bioeconomia e inovação social, fortalecem ecossistemas locais que muitas vezes estão fora do radar dos grandes centros de inovação.
Além do apoio direto às startups, o Sebrae Startups também fomenta a cultura de inovação por meio de grandes eventos e redes de conexão. A última edição do Startup Summit, por exemplo, reuniu mais de 37 mil pessoas e gerou milhares de conexões entre startups, investidores, aceleradoras e grandes empresas. “Queremos ser o parceiro que impulsiona o empreendedor quando ele mais precisa. Atuamos onde o mercado ainda não chega, dando suporte desde o berçário das ideias até a escala de mercado”, reforça Cristina.
Para 2025, o Sebrae projeta um investimento ainda mais robusto na agenda de inovação, com foco em ampliar o alcance das iniciativas e consolidar o Brasil como um dos principais polos de empreendedorismo inovador do mundo.