Durante painel realizado na última segunda-feira, 29, na Semana Caldeira, em Porto Alegre/RS, o ex-jogador Paulo César Tinga compartilhou com jovens do programa Geração Caldeira os principais aprendizados de sua trajetória dentro e fora do futebol. Em conversa com Felipe Amaral, diretor de educação do Instituto Caldeira, Tinga abordou temas como disciplina, escolhas conscientes, ambiente de origem e empreendedorismo com impacto social.
A atividade integrou a programação do evento, que reúne mais de 200 palestrantes para discutir inovação, cidades inteligentes, educação e tecnologias emergentes. O foco do painel foram os caminhos possíveis para jovens que buscam construir uma vida profissional a partir de condições adversas.
Ao relembrar o início da carreira, Tinga contou que foi reprovado três vezes em testes no Internacional, clube em que sonhava jogar. Na quarta tentativa, decidiu tentar uma vaga no Grêmio. Antes de embarcar para o teste, foi desencorajado por colegas que zombaram da sua insistência. “Cara, tu não vai passar”, ouviu de um deles. Ainda assim, subiu no ônibus e seguiu em frente. A escolha, segundo ele, marcou o início de uma trajetória profissional que duraria duas décadas. “Toda vez que você e eu e todos nós tomamos uma decisão, a gente vai receber um brinde do presente, que é a famosa consequência”, afirmou.
Educação e curiosidade como virada de chave
Após a aposentadoria no futebol, Tinga voltou a estudar com 37 anos e ingressou em uma escola pública para concluir os estudos. “Esse cara era eu. Voltava para o colégio… Entrava na lição de aula com vergonha”.
Ele associa esse momento ao início de sua jornada como empreendedor. “A partir daquele momento, eu fiquei… acho que eu me tornei empresário graças àquele momento. Eu entendi que o que move o mundo são perguntas. O que move o mundo é a curiosidade”.
Essa mentalidade o levou a criar a TMJ by Tinga, holding com foco em negócios de impacto social e formação de jovens atletas.
Fidelidade ao sonho e legado
Ao final do painel, Tinga destacou a importância de se manter coerente com os próprios objetivos. “Eu nunca trabalhei para o Grêmio ou Inter, eu trabalhei para mim. Trabalhei nos times, mas eu sei que trabalhei muito com meu sonho”.