Engajamento virou palavra de ordem em diferentes setores da economia: do varejo ao entretenimento, da educação às redes sociais. Quanto mais tempo um cliente passa em uma plataforma, maior é o potencial de conversão, fidelização e retorno. No mercado de investimentos, esse mesmo princípio começa a redefinir as estratégias das instituições que buscam mais do que oferecer produtos: querem construir relacionamento. E é aqui que a inteligência artificial (IA) entra como diferencial competitivo.
“Não tem mais tolerância para falta de informação”, afirma Daniella Italiano, gerente de vendas Latam da Bridgewise, empresa global desenvolvedora de IA focada em investimentos. Segundo ela, em um ambiente onde quase todas as instituições oferecem produtos similares, o que mantém o cliente engajado não é mais o que se vende, mas como se entrega a experiência com agilidade, informação útil e de qualidade, que seja intuitiva e acessível. “Em muitos casos, isso significa permitir que o cliente encontre respostas por conta própria, ainda que de forma autônoma, dentro da própria plataforma, para sanar dúvidas e superar a falta de conhecimento sobre o mercado de capitais, que seguem como algumas das maiores dores dos investidores”, explica.

Segundo a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), que retrata a população com 16 anos ou mais de Norte a Sul do Brasil em 2024, cerca de 32 milhões de brasileiros ainda investem exclusivamente na poupança, sem qualquer diversificação.
A caderneta continua sendo a aplicação principal para 23% dos investidores, enquanto produtos como títulos privados (6%) e fundos de investimento (5%) seguem com baixa penetração. Esse cenário revela tanto o potencial inexplorado quanto o desafio estrutural que instituições financeiras precisam enfrentar: levar educação, contexto e orientação a um público que ainda está à margem da nova dinâmica dos investimentos.
Esse desafio se manifesta de formas diferentes conforme o perfil do investidor. Nas instituições financeiras, a segmentação tradicional revela três grandes universos: os poupadores, que ainda concentram seus recursos na caderneta; a base desassistida, com menor acesso a orientação qualificada; e a alta renda, foco da atual disputa entre plataformas.
Cada um desses grupos carrega necessidades distintas, mas uma mesma urgência: ser atendido com qualidade. “Nesse cenário competitivo, onde a disputa não é necessariamente por novos investidores, mas pela transferência de recursos entre instituições, sai na frente quem combina tecnologia, escala e inteligência de implementação para impulsionar o relacionamento e fidelizar a base, independentemente do tamanho do tíquete ou da jornada de investimento”, explica Daniella.
Nesse contexto, a IA se estabelece como o catalisador da próxima onda de crescimento no setor, com potencial direto para ampliar a base de investidores ativos. Mais do que processar volumes gigantescos de dados, sua função prática é entregar engajamento escalável, melhorar a experiência do usuário e aumentar o interesse por produtos financeiros, especialmente entre perfis historicamente menos atendidos.
“O que mantém o investidor na plataforma não é o produto, porque ele é igual em todos os lugares. É a experiência, o conteúdo relevante, o engajamento inteligente”, explica Daniella. “Hoje, com margens cada vez mais apertadas, os bancos e corretoras precisam pensar fora da caixa para manter e expandir sua base de clientes, não apenas no Brasil, mas também temos observado esse movimento em outros países como México, Colômbia e Chile”.
Um dos caminhos possíveis é a hiperpersonalização temática, como a entrega de conteúdos sobre setores ou temas específicos que despertem o interesse real do investidor: energia limpa, defesa, futebol, entre outros. Essa capacidade de personalização se conecta diretamente com outro conceito-chave: engajamento como ativo estratégico. Clientes que passam mais tempo nas plataformas tendem a consumir mais conteúdo, realizar mais transações e, acima de tudo, criar vínculo com a instituição. “Um cliente desassistido é um cliente que não volta. E grande parte da base digital está, hoje, sem atendimento direto”, reforça.
O papel da IA na retenção e na democratização
A proposta, no fim das contas, é democratizar o acesso à inteligência financeira. “Independentemente da segmentação que traga mais retorno às instituições, o relacionamento se torna peça-chave para retenção. Nesse sentido, a tecnologia deixa de ser apenas uma ferramenta de escala e passa a ser um meio de garantir qualidade e consistência na entrega de informação, promovendo confiança e engajamento em diferentes níveis de maturidade financeira”, diz Daniella.
Segundo ela, a IA pode contribuir também para equalizar o acesso à informação de forma geograficamente democrática. “Um assessor de investimentos no Sul e outro no Norte do país podem acessar a mesma base de dados, com os mesmos parâmetros e argumentos para tomada de decisão. Isso padroniza o atendimento e amplia a confiança do investidor, independentemente de onde ele esteja”, explica. A padronização, nesse caso, não é limitação, mas sim uma base sólida para personalizações mais inteligentes e contextualizadas.
Se o produto de investimento se tornou uma commodity, o futuro do setor está na camada invisível: como engajar, educar e manter o investidor próximo da plataforma. Nessa nova era, tecnologia e relacionamento não são opostos, são complementares. E quem conseguir unir escala com qualidade, acesso com personalização, terá a vantagem competitiva mais valiosa do mercado.
Sobre a BridgeWise
A BridgeWise é líder global em inteligência artificial para investimentos, transformando a forma como investidores e instituições acessam e utilizam informações financeiras. Sua IA proprietária, transparente e em conformidade regulatória, oferece análises de ações e fundos, ferramentas multilíngues e até assistente conversacional especializado em investimentos, com taxa de erro quase nula e recomendações rastreáveis. A empresa atende mais de 50 clientes institucionais e 25 milhões de usuários finais, em mais de 15 países e 20 idiomas, com cobertura de 90% das ações listadas no mundo e mais de 145 bilhões de dados históricos processados. Com presença global e escritórios em Israel, Brasil, Japão, Reino Unido, Tailândia e Dubai, a BridgeWise é parceira de instituições como Japan Exchange Group, SIX Swiss Exchange, B3, eToro, TASE, Rakuten Securities e Interactive Brokers. No Brasil, opera de forma regulada, com equipe sênior e soluções adaptadas ao mercado local, reforçando sua missão de democratizar o acesso à inteligência financeira no país e no mundo.