A economia digital europeia entra em uma nova fase com a implementação da Diretiva Europeia sobre Redes e Sistemas de Informação (NIS2), que estabelece regras de segurança para um conjunto mais amplo de organizações. Isso representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a resiliência digital e minimizar os impactos de incidentes de TI, desde ataques cibernéticos até falhas de infraestrutura.
O Brasil caminha para uma solução semelhante, projetos de lei como a PL n°4.752/2025, discute a prevenção, proteção e respostas a ataques cibernéticos através da cooperação entre o setor público e privado, além de também abrir o debate para a criação do Programa Nacional de Segurança e Resiliência Digital.
Fragilidade digital brasileira
A criação do Programa é de extrema urgência no país, principalmente após os ataques sofridos pelo domínio gov.br em junho deste ano, quando hackers assumiram a invasão forçada aos sites da Polícia Federal, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As crescentes ameaças de atentados digitais aos setores privados e públicos é alarmante. Segundo uma pesquisa do CIO Report, empresa especializada em estudos sobre tecnologia da informação, entre 2024 e 2025, cerca de 80% as grandes corporações brasileiras relataram sofrer ao menos uma tentativa de ataque cibernético, que variam entre sequestro de arquivos por meio de instalações forçadas de softwares maliciosos, utilização de Inteligência Artificial para simular colaboradores e vazamento de informações confidenciais.
Iniciativa europeia para aprimorar as capacidades de cibersegurança
A nova diretiva NIS2 trata as falhas digitais não só como risco empresarial, mas também como tema regulatório. Ela amplia exigências para cerca de 150 mil empresas na Europa, define padrões mais altos de segurança e prevê multas de até € 10 milhões ou 2% da receita global anual.
“A NIS2 eleva o nível de responsabilidade corporativa frente à segurança digital. Empresas que tratavam falhas de TI como incidentes isolados agora precisam encará-las como risco regulatório e estratégico, com impacto direto na continuidade das operações”, afirma o Diretor de Desenvolvimento de Negócios da DE-CIX no Brasil, Darwin da Costa.
A solução europeia para os ciberataques pode servir como inspiração para o Brasil. Uma pesquisa feita pela PwC, rede global de consultoria tributária e de negócios, apontou que um terço das empresas nacionais relataram perdas de ao menos US$ 1 milhão com invasões hackers. Todos os líderes entrevistados afirmaram que a regulamentação da cibersegurança no país aumentaria os investimentos em resiliência e infraestrutura cibernética.
Internet Exchanges como aliados da segurança digital
A resiliência da rede é uma das medidas mais eficazes para garantir a proteção e a continuidade das operações. Os Pontos de Troca de Tráfego de Internet (Internet Exchange – IXs) desempenham um papel fundamental. Eles reduzem a dependência de um único provedor de rede, possibilitando conexões diretas e redundantes, reduzindo a exposição de informações em diversos fornecedores de rede, mantendo os serviços disponíveis e seguros mesmo em casos de ataques cibernéticos.
O DE-CIX Cloud ROUTER, por exemplo, permite conectar diferentes ambientes de nuvem de forma direta, privada e resiliente, sem depender da infraestrutura física de uma única empresa, oferecendo flexibilidade e desempenho eficaz às empresas. “Ao se interconectarem por meio do Internet Exchange as empresas reduzem a dependência de um único provedor e garantem que seus serviços permaneçam disponíveis e protegidos mesmo em situações vulneráveis. Soluções como o DE-CIX Cloud ROUTER reforçam essa segurança ao oferecer conexões privadas e diretas entre diferentes nuvens, com alta performance”, reforça Darwin.


