Depois de uma maratona marcada por criatividade, aprendizado e colaboração, chegou a hora da decisão: mais de 40 jovens empreendedores, vindos de diferentes instituições e estados, sobem nesta quinta-feira, 28, das 11h às 12h, ao Palco Sebrae Startups, no Startup Summit 2025, em Florianópolis/SC, para a grande final do Paqathon. Em sua segunda edição, o hackathon organizado pela Prototipando a Quebrada (PAQ) busca estimular o empreendedorismo social e transformar vivências em soluções para problemas reais. Para a diretora de Comunidade do PAQ, Yohanna Galvani, o diferencial está no protagonismo. “O problema que eles vão trabalhar não vem de fora, mas das próprias experiências dos jovens. Esse protagonismo é central no nosso processo”.
Focada no empreendedorismo e no desenvolvimento de talentos para produtos digitais, programação e design, a metodologia desenvolvida pela equipe do PAQ para o Paqathon lembra um pouco a de outros hackathons: os jovens partem de um problema, avançam pela ideação de soluções, prototipagem e, no fim, apresentam suas propostas. O diferencial está no processo: o problema (desafio) que será desenvolvido não é imposto pelo mercado, mas sim foi identificado através de uma pesquisa com os próprios jovens. Yohanna conta que a formulação específica desse desafio, no entanto, será revelada aos participantes apenas no dia do evento, mantendo o elemento surpresa e engajamento. A discussão aprofundada do problema será conduzida em um formato de ‘aquário’, onde os participantes são protagonistas, compartilhando suas perspectivas e experiências pessoais sobre o tema.
Pela manhã, o foco é desconectar dos computadores e mergulhar em debates, post-its e dinâmicas criativas. À tarde, entra em cena a tecnologia: oficinas e uso de inteligência artificial (IA) ajudam a transformar ideias em protótipos. “A inteligência artificial é uma aliada, mas não substitui o pensamento crítico e a inteligência humana. Nosso objetivo é que eles entendam como usar a tecnologia para construir soluções reais, sem perder de vista o olhar humano”, destaca a diretora de Comunidade do PAQ.

Times diversos e integração prévia
O Paqathon reúne mais de 40 jovens, divididos em sete equipes de seis integrantes em média. São elas: Laboratório de Startups, Acrópole, 6º Sentido Criativo, Level Up Team, Reverse Tech, Quebradores de Código e Ctrl Z. Yohanna ressalta que as formações foram feitas de maneira cuidadosa, considerando perfis comportamentais, habilidades técnicas e até nível de familiaridade com ferramentas de IA.
Além disso, os participantes vêm de diferentes programas como, por exemplo, Pode Crer (Florianópolis), Technovation Girls (Florianópolis) e Geração Caldeira (Porto Alegre), que levou seis jovens para a edição catarinense. Para Yohanna, essa diversidade é fundamental para o sucesso do Paqathon. “A palavra-chave do evento é colaboração. Para que isso aconteça, precisamos de pessoas com múltiplas capacidades e perfis que se complementam”.
Um dos grandes destaques desta edição é a integração da inteligência artificial (IA) no processo de desenvolvimento de protótipos. Por isso, o PAQ promoveu oficinas sobre ferramentas de IA, como o V0, que permite transformar prompts em protótipos digitais. Segundo Yohanna, o objetivo é ampliar o repertório tecnológico dos jovens, que já têm familiaridade com soluções como o ChatGPT, mas agora experimentando aplicações voltadas à construção de produtos.

Muito além do hackathon
O Paqathon é também uma semente de futuro. Ainda que algumas equipes possam sair do evento com ideias maduras para virar startups, Yohanna destaca que o objetivo central é mostrar aos jovens que eles são capazes de empreender e transformar seus contextos. “O mais potente é que eles saem empoderados. Sabem o caminho, têm ferramentas básicas e, principalmente, entendem que podem errar, aprender e tentar de novo dentro de uma rede de apoio”.
A diretora de Comunidade do PAQ reforça que o ambiente da tecnologia, muitas vezes visto como distante, se aproxima quando instituições sociais criam pontes. “Nossos jovens já estão quebrando ciclos. O Paqathon potencializa esses encontros e mostra que eles podem estar em qualquer espaço”.
Com a presença no Startup Summit, os jovens terão a chance de apresentar suas ideias em um dos principais palcos de tecnologia do Brasil. Para Yohanna, trata-se de um marco. “Mais do que soluções, é sobre representatividade. Eles terão voz e reconhecimento diante do ecossistema, mostrando que inovação também nasce da quebrada”.
O Paqathon mostra que, quando jovens da quebrada têm acesso à tecnologia, rede de apoio e espaço para criar, eles se tornam protagonistas da inovação. E a jornada não termina no hackathon: ela ganha visibilidade no evento. Como reforça a diretora de Comunidade do PAQ. “Você que vai estar no Startup Summit, fica o convite: venha assistir à apresentação dos finalistas do Paqathon e conhecer a potência desses jovens”.