Quando as mulheres vão ser protagonistas nas empresas familiares?

De acordo com a pesquisa ‘Pesquisa de Empresas Familiares’, realizada pela PWC, 25% dos brasileiros dizem não ter nenhuma mulher no conselho de suas empresas familiares.Foto: Designed by Freepik.

Embora cada vez mais mulheres estejam presentes em empresas familiares, sua participação nos cargos de liderança ainda está muito aquém do desejável. Alguns estudos contribuem para essa percepção de que a participação feminina na gestão e liderança dessas empresas ainda têm muito a crescer. De acordo com a pesquisa ‘Pesquisa de Empresas Familiares’, realizada pela PWC, 25% dos brasileiros dizem não ter nenhuma mulher no conselho de suas empresas familiares.

Segundo a coach, especialista em desenvolvimento profissional e mudanças organizacionais, e sócia-proprietária da Quantum Development, Susana Azevedo, esse cenário reflete um espelho da desigualdade estrutural da sociedade. Para ela, a origem da disparidade está muitas vezes na própria fundação dessas empresas. “Frequentemente, a empresa familiar foi fundada por um homem, o dono, que mantém a visão mais antiquada de que homem trabalha na empresa e a mulher cuida da casa e da família”.

A tendência de privilegiar filhos homens nas sucessões ainda é forte, mas começa a mostrar sinais de mudança. Susana observa esse avanço com cautela, mas otimismo: “Há sinais de mudança nos critérios para escolha de sucessores. Considerando que, atualmente, as mulheres têm investido com maior intensidade na formação acadêmica, muitas vezes superando os homens, elas passam a se destacar pelo conhecimento técnico e pelas competências em negócios, sendo, assim, convidadas a integrar a empresa”.

Contudo, mesmo inseridas no negócio, as barreiras persistem. Para mulheres que almejam o comando de negócios familiares, os obstáculos são tanto externos quanto internos. “Os desafios principais são de duas naturezas: desafios associados à cultura tradicional de muitas empresas familiares e desafios associados às próprias mulheres, de se verem nos postos de alta liderança das empresas familiares, de terem confiança em si mesmas e buscarem se desenvolver e mostrar capacidade e protagonismo”, detalha.

Sócia da Quantum Development, Susana Azevedo.

Como promover uma sucessão mais equitativa

Para mudar esse cenário, Susana defende práticas claras e profissionalização da gestão familiar. “É importante as empresas familiares pensarem e serem geridas de forma profissional, separando as relações familiares e pessoais das relações profissionais. Ter clareza do que a empresa necessita e como se organizar, definir uma governança adequada e sistema de conselho, consultivo ou formal, apoia a empresa familiar a tomar melhores decisões, nomeadamente sobre sucessão e familiares na gestão.”

Susana conclui com um convite à visibilidade: “Temos cada vez mais exemplos de boas lideranças femininas nas empresas familiares. É importante buscar essas referências e partilhar as boas práticas e aprendizagens dessas mulheres que são protagonistas, sendo simultaneamente mulheres, esposas e mães, frequentemente”.

Sobre a Quantum Development

Com foco no desenvolvimento de equipes de liderança de alta performance, a Quantum Development apoia seus clientes na sua profissionalização e na transformação da cultura organizacional em um mundo em constante evolução. Criada em 2021 pelas sócias-fundadoras Bianca Aichinger e Susana Azevedo, que possuem mais de duas décadas de experiência no mercado corporativo nacional e internacional, a Quantum Development tem em seu portfólio de clientes empresas como Grupo Leveros e Uappi.

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