Organizar um evento já é, por si só, um desafio multifacetado. Agora, imagine coordenar tudo remotamente, morando em outro estado, com uma equipe inteiramente voluntária, e ainda assim entregar uma experiência marcante, memorável e de alto impacto. Parece ousado? Sim. E foi. Mas também foi possível, porque houve propósito, confiança e liderança compartilhada.
Ao longo da minha trajetória, já organizei mais de 500 eventos. De cursos e workshops a maratonas de inovação, feiras e congressos, com organizações públicas e privadas, ONGs, instituições de ensino, comunidades e empresas. Presenciais e online. Pequenos e grandes. Cada um com sua complexidade, seus aprendizados e suas singularidades.
Mas este último teve um sabor especial. Foi o Startup Weekend Porto Alegre, realizado enquanto eu já residia em outro estado, e claro, como eu sou de verticais veio o tema Inteligência artificial – soluções aplicadas à indústria.
O desafio remoto: começar pelo essencial
Tudo começou com uma pergunta-chave: o time local de voluntários topa embarcar nessa comigo, mesmo eu estando fora do Rio Grande do Sul?
Esse era o primeiro ponto. Poderiam dizer não. Poderiam ter insegurança e, tudo bem. Se a resposta fosse negativa, respeitaríamos e encerraríamos por ali.
Mas para minha grata surpresa, todos disseram sim. Com receios naturais, claro. Mas disseram sim, porque confiavam na minha liderança.
A partir daí, todas as reuniões passaram a ser 100% online. Definimos uma única regra: “Se você não puder estar na reunião, tudo bem. Mas honre seu compromisso com as entregas.”
E mais uma vez, o time foi gigante: cada um assumiu sua parte com comprometimento e bravura.
E por que bravura? Porque estamos falando de pessoas com agendas intensas, responsabilidades enormes, viagens constantes. Gente que não tem tempo sobrando e, sinceramente, quem tem, raramente se envolve em atividades voluntárias com esse nível de entrega.
Pessoas extraordinárias fazem entregas extraordinárias!
Sim, eu tinha ao meu lado um time de altíssimo valor. Gente que acreditou no projeto, no propósito e na condução. E isso fez toda a diferença.
Cada pessoa assumiu um pedaço do processo, do zero à execução final. E o resultado foi um evento grandioso, criativo, impactante, com direito a estrutura impecável, telão de LED, área de descompressão, brindes, surpresas e, acima de tudo, continuidade de impacto.
Uma semana antes do evento? Ingressos esgotados, logística confirmada, detalhes validados, alinhamento total.
Tudo pronto para receber uma comunidade inteira com energia e acolhimento.
Durante o evento? Aconteceu magia, vivências que marcaram a alma, conexões genuínas, um ambiente de confiança e entrega, sem egos inflados, sem holofotes desnecessários.
Apenas pessoas comprometidas com um bem maior: fazer dar certo.
Quando o propósito é maior que a distância
Liderar remotamente exige mais do que coordenação. Exige inspiração, clareza, escuta ativa e confiança mútua. Exige entender que o protagonismo é coletivo e que não se lidera sozinho. Se o propósito é claro e a cultura é saudável, o “onde você está” deixa de ser o fator determinante. O que importa é a força da rede, o alinhamento e a intenção genuína de cada pessoa envolvida.
E foi isso que aconteceu. Um esforço conjunto que culminou em um abraço coletivo inesquecível, carregado de gratidão, reconhecimento e carinho.
Recebi palavras que levarei para sempre comigo e, um presente simbólico que traduziu algo maior: a certeza de que ali deixamos um rastro de significado.

Não é apenas fazer um evento por fazer. E mesmo que fosse — o que, convenhamos, raramente acontece — ainda assim exigiria força de liderança, organização, inspiração e muito jogo de cintura. Porque realizar um evento, especialmente de forma voluntária, nunca é fácil. Aliás, essa ideia de “evento voluntário” como algo simples é uma ilusão.
Isso, na prática, não existe.
Ninguém acorda e pensa: “Ah, vou me dedicar noites e finais de semana, reunir um time inteiro, lidar com fornecedores, correr atrás de parceiros, resolver pepinos e entregar uma experiência incrível… só por fazer.” Não!
Só se envolve de verdade quem tem algo a mais pulsando no peito: um propósito, uma causa, um ideal. Porque fazer um evento com entrega real requer muito mais do que tempo livre — requer visão, sensibilidade, clareza, inteligência emocional e, acima de tudo, capacidade de mobilizar pessoas em torno de algo que vale a pena.
Sem isso, não há check-list que salve. Pode haver vontade, mas vontade sozinha não sustenta.
É preciso compromisso, conexão e uma entrega que vá além da função: que toque, que inspire, que transforme.
Um time de gigantes
Tenho um orgulho enorme de ter compartilhado essa jornada com pessoas incríveis, que não mediram esforços para transformar o evento em uma experiência marcante:
💡 Organização:
- Luciana Curra
- Natália Bertussi
- Letticia Francisco
- Cris Pellegrin
- Belkis Rosa
- Chris Mendes
- Cristiane Bottesini
- Arthur Proença
- Filipe Toledo
- Monica bortoli
Firmamos uma conexão de respeito e sinergia. E mais do que isso: construímos amizades que levaremos para a vida. Foi possível aprofundar relações, conhecer talentos e dar espaço para vozes plurais.
Ao encerrar o evento, recebi um presente simbólico do time. Mas o maior presente mesmo foram as palavras, os abraços, a emoção compartilhada.
Sentir que contribuímos com algo significativo. Que deixamos um rastro bonito. Que valeu a pena.
A verdade é que ninguém faz nada, nem evento, nem projeto, nem coloca ideias em pé, sozinhos.
É preciso:
❤ Propósito
👣 Caminhada compartilhada
🌟 Gente que acredita
🚀 Parceiros que se comprometem
🤝 Uma rede que confia em você
E mesmo à distância, entregamos com qualidade, com experiência e com amor.
Sim, com amor, essa palavra que tanta gente evita no mundo dos negócios, como se sentimentos anulassem competências.
Gratidão, então? Melhor não dizer.
Deus? Vira motivo de piada.
Mas eu sigo acreditando, com toda a força que carrego, que sem esses ingredientes, nada na vida faz sentido.
E se não fizer sentido, nem começa.
Fazer um evento como esse, voluntário, coletivo e transformador, é mais do que uma entrega logística, é um gesto de fé. Fé nas pessoas, fé no que se constrói em conjunto, fé de que aquilo que estamos deixando no mundo vale a pena.
E é por isso que não será o último.
Enquanto houver espaço para propósito, respeito, colaboração e troca verdadeira, estarei lá.
E se cada pessoa que passou por esse evento levar consigo um pedacinho do que vivemos juntos,
então eu já tenho tudo o que preciso para seguir me dedicando com energia, coragem, e sim, com amor.