A Presidência da COP30 divulgou nesta sexta-feira, 23, a terceira carta à comunidade internacional e reitera que o regime do clima deve se voltar a colocar em prática as decisões já acordadas. No documento, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência no Brasil, também faz um chamado aos negociadores dos países parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima da ONU (UNFCCC) e do Acordo de Paris, que se reunirão em Bonn, Alemanha, entre 16 e 26 de junho próximos. Temas que vêm da COP29 podem avançar de forma rápida, reforçando a capacidade do multilateralismo de produzir resultados.
Os encontros em Bonn vão congregar os órgãos subsidiários de Assessoria Científica e Tecnológica (SBSTA) e de Implementação (SBI) da UNFCCC, denominados SB62. As sessões são etapas formais de negociação, em nível técnico, e são essenciais para preparar decisões a serem adotadas na COP30.
“Às vésperas das reuniões em Bonn, chamamos os negociadores de clima a trabalharem, no espírito do mutirão, para restabelecer confiança no processo negociador, construído de forma coletiva ao longo de décadas. Todos precisam fazer mais e a hora é agora”, convida Corrêa do Lago.
O mais recente documento da Presidência da COP30 lembra as prioridades-chave para a Conferência: o reforço do multilateralismo, a conexão da agenda climática com o cotidiano das pessoas e a urgência de se acelerar a implementação para muito além do Acordo de Paris.
No documento, a Presidência do COP30 reforça o Balanço Global, acordado na COP28, enfatizando a importância de parar e de reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030; acelerar a transição energética global e fortalecer ações de adaptação aos impactos da mudança do clima nesta década crítica. O documento incentiva todos os países a apresentarem seus Planos Nacionais de Adaptação, considerados roteiros estratégicos para a resiliência, antes da COP em Belém.
“Devemos apoiar uns aos outros para avançar coletivamente na triplicação da capacidade global de energia renovável, na duplicação da taxa média anual global de melhorias em eficiência energética e na transição dos sistemas energéticos para além dos combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa”, defende a carta.
A carta menciona os mandatos negociadores que têm possibilidade de avançar rapidamente, como as decisões previstas na área de adaptação à mudança do clima, a implementação do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris e o programa de trabalho sobre transição justa. Destaca, ainda, a importância de se avançar em todos os demais trilhos de trabalho existentes, como mitigação, tecnologia, transparência, medidas de resposta, perdas e danos, gênero, empoderamento, eficiência das COPs e os trabalhos na Plataforma de Comunidades Locais e Povos Indígenas.