Finep articula política nacional para apoio a deeptechs no Brasil

Evento no Rio de Janeiro reúne instituições estratégicas e marca novo passo para integrar ciência, empreendedorismo e neoindustrialização.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) deu mais um passo decisivo para consolidar o apoio público às deeptechs no Brasil. Nesta quarta-feira, 8, a instituição promoveu, em sua sede no Rio de Janeiro, o 1º Seminário Deep Tech Brasil, com o tema “Construindo uma política pública de apoio às Deep Techs”. O encontro reuniu mais de 600 participantes, entre presenciais e online, e contou com apoio de mais de 20 entidades do ecossistema nacional de inovação.

A proposta do evento foi clara: articular esforços entre agentes públicos, privados e acadêmicos para transformar ciência em desenvolvimento tecnológico de alto impacto. A abertura contou com a presença do presidente da Finep, Celso Pansera, ao lado de representantes do BNDES, Sebrae e ApexBrasil.

“As deep techs representam a vanguarda da inovação e precisam estar no centro da estratégia de neoindustrialização do país”, destacou o presidente da Finep, Celso Pansera.

“Transformar conhecimento em desenvolvimento exige articulação”, reforçou o diretor do BNDES, José Luís Gordon. “A força empreendedora brasileira precisa do suporte certo para converter ciência em negócio”, acrescentou diretor do Sebrae, Bruno Quick. Para diretora da ApexBrasil, Ana Repezza, “as deeptechs são ponte natural para a internacionalização da inovação brasileira”.

Acordo nacional e continuidade estratégica

Um dos marcos do seminário foi a assinatura de um protocolo de intenções entre instituições como Anprotec, CGEE, Embrapii, Abstartups, Wylinka, ABIPTI e Confies, com o objetivo de construir uma política pública coordenada para o fortalecimento das deep techs no país. A iniciativa dá continuidade à mobilização nacional liderada pela Finep, que em 2024 promoveu 13 seminários regionais e participou ativamente da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).

A publicação do livro “A Finep e a Neoindustrialização – Startups, Deep Techs e seus Ecossistemas” também reforça a intenção da financiadora de sistematizar propostas e ampliar o debate público sobre o tema.

Painéis e discussões estratégicas

O seminário contou com quatro painéis temáticos. O primeiro debateu as raízes das deep techs e teve a participação de Adriana Ferreira (Anprotec), Felipe Borini (USP), Mona Oliveira (Biolinker) e Valdirene Peressinotto (Gerdau Graphene). O segundo abordou financiamento e fomento, com representantes da Fapesp, BNDES, Finep, Sebrae e FM/Derraik.

A internacionalização foi o tema da terceira mesa, que reuniu nomes como Danielle Moraes (N7 Ventures), Rafael Bottos (Aptah Bio) e Rafael Leal (MRE/Itamaraty). O evento se encerrou com um painel sobre ecossistemas regionais, com representantes da Petrobras, Anprotec, CNI e do Parque Tecnológico da Paraíba.

Um passo além do discurso

Mais do que uma agenda simbólica, o evento marca uma mudança de postura: as deeptechs, startups que nascem de conhecimento científico robusto e operam com ciclos longos e alto risco, passam a ser vistas como peça-chave na política de inovação e desenvolvimento produtivo do país. Com articulação ampla e visão de futuro, a Finep quer garantir que ciência e tecnologia se tornem também motores econômicos sustentáveis para o Brasil.

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