O Parque Tecnológico São Leopoldo – Tecnosinos, em São Leopoldo/RS, promoveu, na última quarta-feira, 16, um encontro especial para celebrar conquistas recentes do ecossistema de inovação da Unisinos. Realizado no auditório da Unitec, o evento contou com a entrega de certificados às startups graduadas e de destaque, além do lançamento da plataforma Carbon Token e de uma oficina sobre Direito e Governança. As startups RMA Tech e Trindtech receberam o Prêmio Startup Destaque Unitec 2024. A RMA Tech também recebeu o certificado de startup graduada, junto com a Biosens.
O gestor executivo do Tecnosinos, Silvio Bitencourt, deu as boas-vindas aos participantes e reforçou o papel estratégico da governança compartilhada do Parque, que envolve representantes da universidade, da prefeitura de São Leopoldo, da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL) e da Associação do Polo de Informática de São Leopoldo. “Tudo isso só existe porque um grupo de empreendedores mobilizou a cidade e a universidade para construir o que hoje é um dos parques mais tradicionais da América Latina”.
Bitencourt também anunciou que o Tecnosinos vai inaugurar em junho uma nova expansão, com 15 mil metros quadrados, que permitirá acomodar até 40 novas empresas. Em paralelo, o prédio da Unitec, que possui mais de 20 anos, passará por retrofit para modernização da infraestrutura. “Temos recursos garantidos para seguir oferecendo um ambiente de inovação com qualidade e diferenciação”, ressaltou Bitencourt.

Prêmio Startup Destaque Unitec 2024
As startups Trindtech e RMA Tech receberam o reconhecimento do Prêmio Startup Destaque Unitec 2024. A escolha leva em consideração diversos critérios, dentre eles: busca de oportunidades e iniciativa, persistência e persuasão, comprometimento e colaboração, rede de contatos, busca de informações e estabelecimento de metas. A analista da Unitec, Patrícia Pereira, destacou que o reconhecimento vai além do desempenho técnico das startups. “O processo de incubação não se resume a papelada. Ele envolve participação, networking, trocas e amadurecimento”.
Emocionado, o CEO da RMA Tech, Rogério Auad, relembrou sua jornada empreendedora. Com um time formado por profissionais da chamada ‘geração silver’, a empresa destacou que a paixão pela inovação foi o que motivou a decisão de empreender após a aposentadoria. “Quando a gente faz por amor, tem total diferença”, comemora Auad.
Especializada no desenvolvimento de tecnologias para análise de propriedades íntimas de materiais, a RMA Tech revelou que uma de suas soluções pode gerar impacto direto na indústria de tintas. “Identificamos que uma redução de apenas 5% no uso de dióxido de titânio (principal insumo na fabricação de tintas) poderia representar até 2 milhões de toneladas a menos de consumo global por ano. Já ganhamos o dia só por enxergar como nossa solução pode dialogar com outras inovações aqui apresentadas”, completou Auad.

Para o CEO e fundador da Trindtech, Diraci Junior Trindade da Silva, o reconhecimento é resultado do trabalho coletivo. “Agradeço ao time da Trindtech, aos mentores, à equipe da Unitec e a todo o ecossistema. Seguimos comprometidos com o desenvolvimento de talentos e com a transformação através da educação e da tecnologia”.
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Plataforma Carbon Token
No evento, também foi realizado o lançamento oficial da Carbon Token, plataforma digital que une educação ambiental, consumo consciente e estímulo aos negócios locais para promover a redução das emissões de gases de efeito estufa. Incubada na Unitec, a startup propõe uma solução inovadora voltada especialmente para pequenas e médias empresas que, muitas vezes, enfrentam dificuldades para implementar práticas ESG. A adesão é gratuita tanto para empresas quanto para consumidores, que acumulam ‘pontos verdes’ ao adotarem boas práticas sustentáveis, como abastecer com etanol em vez de gasolina, e podem utilizá-los em estabelecimentos parceiros.
Com base em três pilares (educação socioambiental, fomento ao comércio local e redução de emissões), a Carbon Token busca transformar São Leopoldo em referência nacional em sustentabilidade urbana. “Nosso objetivo é mostrar que mudanças simples no consumo podem gerar impacto real. Se 45% da frota da região trocasse a gasolina pelo etanol, por exemplo, teríamos uma redução estimada de 100 mil toneladas de CO₂ por ano”, destacou o CEO da Carbon Token, Umberto De Vuono.
O presidente da ACIST-SL, Daniel Klafke, destacou o impacto socioeconômico da Carbon Token e o papel do novo projeto frente aos desafios da cidade. “Estamos implementando o marco regulatório das startups em São Leopoldo, o que pode ser um atrativo importante para negócios inovadores. A Carbon Token chega em um momento estratégico, tanto em termos tecnológicos quanto socioeconômicos”.