Um dado recente do Sebrae mostra que o incentivo certo pode transformar o cenário da inovação no Brasil: entre as deeptechs apoiadas pelo programa Catalisa ICT, 43% das lideranças são mulheres. O número é quase três vezes superior à média nacional de 16%, segundo dados da Associação Brasileira de Startups.
O programa é voltado a pesquisadores de mestrado e doutorado interessados em transformar suas descobertas científicas em negócios de base tecnológica. Desde sua criação, já capacitou mais de 3 mil pesquisadores e apoiou 150 deeptechs em todas as regiões do Brasil.
Segundo a coordenadora de tecnologia portadoras de futuro no Sebrae, Hulda Giesbrecht, a presença feminina nesse ecossistema ainda enfrenta obstáculos históricos. “As dificuldades em equilibrar vida pessoal e carreira, as jornadas longas da pesquisa e do empreendedorismo e a falta de referências femininas são desafios reais. Por isso, é essencial dar visibilidade às histórias de sucesso de mulheres em deeptechs, para inspirar e mostrar que esse caminho é possível”.
Com uma abordagem prática, o Catalisa ICT orienta os pesquisadores a estruturarem planos de inovação baseados em suas pesquisas, conectando-os a uma rede de 72 mecanismos de apoio, incluindo NITs (Núcleos de Inovação Tecnológica), incubadoras e laboratórios parceiros do Sebrae e da Anprotec.
Ponte entre ciência e mercado
Dividido em três etapas, o programa oferece capacitações exclusivas, mentorias, bolsas de estímulo à inovação e aceleração estratégica, além de reconhecer os projetos de destaque com bonificações especiais. Hoje, o Catalisa atua em duas frentes: ICT, voltado à transformação de pesquisas em soluções de mercado, e Catalisa Gov, com foco em inovação para o setor público. Entre os benefícios para os participantes estão o acesso à inteligência coletiva, redução de custos e riscos em projetos de inovação e o suporte para a criação de novos negócios.
Além do Catalisa, o Sebrae mantém uma série de programas voltados ao desenvolvimento de startups em todo o país. Entre eles, estão o Inova Amazônia (já em sua segunda edição), o Inova Cerrado e o Inova Pantanal, voltados à bioeconomia, ambos com editais abertos. O Startup Nordeste também está em curso, com foco no fortalecimento da inovação na região.
A plataforma Sebrae Startups, que já reúne mais de 18 mil empresas cadastradas, complementa o ecossistema, oferecendo ferramentas, mentorias e oportunidades para apoiar o crescimento das startups, da ideia à escala.