A criação de soluções inovadoras exige criatividade e a ousadia de ir além do convencional. Quando falamos do mercado de tecnologias para e-commerce, integrar diversas plataformas é um desafio e tanto, uma vez que é preciso atender às necessidades das plataformas modernas, adaptar as operações conforme as necessidades do mercado, oferecer flexibilidade e desempenho superior. Vencedora da 13ª edição do Prêmio Padre Francisco Xavier Roser SJ de Empreendedorismo de Inovação, a startup Manux criou uma solução headless CMS que possibilita a tão sonhada independência tecnológica, redução de custos e processos simplificados para lojistas, empresas de tecnologia e plataformas.
O co-founder e CSO do Manux, Gabriel B. Trindade, explica que a ferramenta permite maior flexibilidade e desempenho para os e-commerce. “A ideia é oferecer uma solução que não dependa tanto de uma única tecnologia, trazendo vantagens como menor custo fixo e maior conversão para os clientes”.
Um estudo realizado pela Future Market Insights (FMI) avalia o mercado de software de headless CMS em US$ 751,6 milhões (2022) e projeta uma taxa anual de crescimento de 22,1%, chegando a US$ 5,5 bilhões até 2032. Mas, afinal, o que é um headless CMS? Trata-se de um sistema que separa o gerenciamento do conteúdo (back-end) da camada de apresentação (front-end). Isso permite que os lojistas adaptem a experiência de compra ao cliente, sem depender de uma única tecnologia, tornando a operação mais ágil e escalável.
Segundo Trindade, um dos diferenciais da startup é não cobrar percentuais sobre as vendas do cliente. Além disso, o Manux oferece uma metodologia que pode ser aplicada mesmo sem o uso direto do software. “Nosso foco é garantir desempenho consistente com alta performance e flexibilidade para os e-commerce”.
A empresa segue à risca os parâmetros do Google PageSpeed, configurando os sites para alcançar 100% de desempenho, práticas recomendadas, acessibilidade e SEO. “Não basta apenas configurar a solução; é necessário um suporte ativo para manter os resultados. Oferecemos tanto o software quanto uma metodologia de acompanhamento para garantir que o desempenho seja otimizado e sustentável”, destaca Trindade.
Qualidade e experiência
A equipe do Manux, que atualmente tem sede em Canoas, é composta por profissionais com experiência no mercado de e-commerce. Trindade atua há mais de 15 anos no setor, e seu sócio, Lucas S. Agliardi, há mais de 13 anos. Além disso, a equipe conta com profissionais com uma média de seis anos de atuação. “Já desenvolvemos grandes projetos, como os e-commerce da Lebes, Multisom e Schumann. Isso nos deu muito aprendizado sobre lidar com grandes marcas e grandes volumes de dados”, ressalta Trindade.
O modelo de negócio do Manux é SaaS (Software as a Service), com cobrança recorrente por assinaturas e a opção de licença On-Premise, com setup inicial e personalizações sob demanda:
- SaaS (Software as a Service): Um modelo de assinatura, onde a empresa cobra um valor fixo mensal e uma pequena taxa por transação. É ideal para clientes que buscam escalabilidade.
- On-Premise: Uma solução adaptada às necessidades específicas do cliente, ideal para empresas que precisam de funcionalidades muito personalizadas.
Todos os clientes do Manux têm contato direto com os profissionais da startup desde o primeiro dia. Trindade explica que a empresa cria um grupo personalizado com acesso a um gerente de projetos, um designer e um desenvolvedor. “Isso garante alinhamento nas demandas, evita retrabalho e melhora a comunicação entre as áreas. Nosso diferencial é oferecer proximidade e personalização”.
A maratona
O Prêmio Roser é uma iniciativa voltada para fomentar o empreendedorismo inovador, realizada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), por meio da Unidade de Inovação e Tecnologia (Unitec) e do Parque Tecnológico São Leopoldo – Tecnosinos, com execução da parceira Ventiur Smart Capital. Em sua 13ª edição, a maratona foi realizada entre os dias 11 e 22 de novembro, de forma online.
A sócia e Head de Cultura e Pessoas da Ventiur Smart Capital, Cris Pellegrin, explica que durante a maratona, os participantes validaram hipóteses, soluções e problemas, avaliando a real aplicabilidade e potencial de mercado das suas ideias. “O programa foi realizado ao longo de cinco dias intensos, com atividades divididas entre manhã e tarde. Pela manhã, os participantes assistiam a workshops e conteúdos temáticos, enquanto à tarde aplicaram os aprendizados em seus projetos com o suporte de mentorias coletivas para tirar dúvidas. Essa dinâmica permitiu que os participantes ajustassem suas ideias de forma prática”.
Participando pela primeira vez do Prêmio Roser, Trindade conta que a maratona foi desafiadora, com feedback construtivo, que ajudou a identificar pontos de melhoria. “A experiência foi ótima, especialmente pela organização e pelo ambiente amigável. Foi uma semana intensa, com progressão muito interessante de conteúdo. O reconhecimento de uma instituição como a Unisinos é fundamental para a nossa credibilidade em um mercado competitivo como o de startups”.
A 13ª edição do Prêmio Roser teve uma característica marcante: foi conduzida 100% por mulheres, desde a gestão do projeto até a entrega dos conteúdos e a organização. Além disso, coincidiu com o mês do empreendedorismo feminino, reforçando o protagonismo das mulheres na área. Cris destaca que a diversidade e complementaridade do time organizador foram fatores essenciais para o sucesso do evento. “O Prêmio Roser foi um marco tanto para os participantes quanto para a organização, evidenciando a capacidade de entrega de projetos inovadores e a força do empreendedorismo feminino. O feedback positivo dos participantes e da Unisinos reforça a importância de iniciativas como essa para o ecossistema de inovação”.
Nesta edição, 10 projetos foram selecionados para participar. Destes, nove estiveram presentes em todas as etapas, demonstrando engajamento por parte das equipes, que eram formadas por, no mínimo, dois integrantes. Durante a maratona foram trabalhadas temáticas relacionadas a mercado, tecnologia, gestão, capital, perfil empreendedor e impacto. A banca, realizada por vídeo chamada, os avaliadores puderam acompanhar as apresentações dos projetos e escolher as melhores equipes.
Uma das avaliadoras foi a co-fundadora e diretora executiva do Ladies in Tech, Marceli Brandenburg Blumer. “Participar da banca do Prêmio Roser foi uma oportunidade única de ver soluções inovadoras e disruptivas que estão saindo do papel. Para avaliar as startups, considerei além do modelo de negócio, a viabilidade da ideia frente ao mercado brasileiro, a equipe envolvida e a sua capacidade de entrega”.
Marceli, que é CEO da EZDocs, startup que criou um software de automação voltado para o setor jurídico, com ênfase em legal analytics (análise de dados aplicada ao direito), participou das avaliações de Portugal. Para ela, as startups vencedoras além de demonstrarem a vabilidade de seu negócio, ainda conseguiram trazer em seu pitch elementos que possibilitaram a banca verificar todo o seu potencial de crescimento e o atendimento de um problema real da sociedade.
Com o reconhecimento do Prêmio Roser, o Manux entra em uma nova fase, conectando-se ao ecossistema de inovação da Unisinos/Tecnosinos para desenvolver produtos ainda mais disruptivos. “É uma oportunidade para criar conexões, parcerias e buscar ser uma referência como empresa incubada. Estamos prontos para transformar o e-commerce e expandir para novos setores, como as fintechs, sempre com foco em inovação e performance”.
Parabéns pela criação do Manux.