O acelerado processo de envelhecimento da população brasileira e, especialmente, da gaúcha, tem exigido a criação de ações visando ao aumento da autonomia, sociabilidade e saúde física e mental dos idosos. No caso do Rio Grande do Sul, a inversão da pirâmide etária é mais acentuada – no Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 115 idosos para cada 100 crianças.
Diante disso, a Universidade Feevale criou o projeto Envelhecimento ativo para o bem viver, que busca gerar mais qualidade de vida à população idosa de Novo Hamburgo. Em agosto, a iniciativa foi contemplada no edital de 2023 do Fundo Estadual da Pessoa Idosa (Funepi), promovido pela Secretaria de Assistência Social (SAS) do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que selecionou propostas voltadas para a pesquisa científica, capacitação e formação de pessoas idosas.
O projeto oferece serviços de convivência e de promoção do protagonismo para as pessoas idosas, com frequência semanal, contemplando oficinas de inclusão digital, orientação nutricional e prática de atividades físicas. As atividades terão duração de 12 meses e serão conduzidas por docentes da Universidade, junto a acadêmicos de diversos cursos de graduação.
Na última semana, a oficina Vivências conectadas: descobrindo o mundo digital, reuniu cerca de 15 idosos da Associação dos Moradores do Bairro Rondônia (Ambro) em um laboratório de informática no Câmpus II da Feevale. Conduzida pela professora Sandra Teresinha Miorelli, a atividade explorou aspectos como sistemas operacionais e modelos de smartphones, conexão Wi-Fi e uso de dados móveis, aplicativos úteis e cadastro de email.
As oficinas, que também são direcionadas aos idosos ligados ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Santo Afonso, ocorrem semanalmente, buscando proporcionar uma jornada de aprendizado sobre tecnologias da informação necessárias para o dia a dia. Ao final, os participantes deverão ter conhecido as características do celular, de um computador e da internet; softwares e aplicativos de redes sociais, de edição de textos e imagens; e cuidados necessários para a vivência no mundo digital.
As orientações nutricionais são divididas em oficinas sobre alimentação, atividades práticas de produção de receitas e orientação em relação ao aproveitamento de alimentos. Já para promoção de prática de atividades físicas, são ofertadas aulas de ginástica, oficinas de dança, caminhada orientada e encontros de meditação.
A coordenadora do projeto, professora Denise Ruttke Dillenburg Osório, destaca a importância da ação. “O projeto torna-se relevante uma vez que busca contribuir para um envelhecimento de qualidade não só nos aspectos físicos, mas também na sociabilidade e saúde mental”.
Interlocução com projetos sociais
Para realização das oficinas, o projeto Envelhecimento ativo para o bem viver conta com a parceria de dois projetos sociais de Universidade Feevale. Um deles é o Logicando: Aprendizagem criativa e tecnologias digitais no desenvolvimento do pensamento computacional, que promove a qualificação de estudantes e professores com vistas ao desenvolvimento tecnológico a partir da melhoria dos processos de aprendizagem. O outro é o Envelhecimento saudável e redes de suporte social, que busca intervir com ações educativas, preventivas e de acompanhamento domiciliar para melhorar a qualidade de vida dos idosos, promovendo o desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades e o fortalecimento do convívio comunitário.