COP29: publicação reúne 12 soluções baseadas na natureza para resiliência climática de cidades costeiras

Iniciativas inovadoras, como a restauração de manguezais e a criação de jardins de chuva, são apresentadas como alternativas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

Lançado nesta semana na COP29, em Baku, no Azerbaijão, um relatório desenvolvido pela Aliança Brasileira para Cultura Oceânica, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reúne 12 soluções baseadas na natureza para aumentar a resiliência climática em cidades costeiras. A publicação, disponível online em português, destaca iniciativas inovadoras como a restauração de manguezais e a criação de jardins de chuva para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Os riscos crescentes para as cidades litorâneas, como aumento da temperatura global, elevação do nível do mar e alterações nos padrões de precipitação, demandam medidas urgentes. Dados do IBGE revelam que 54,8% da população brasileira reside em áreas situadas até 150 km da costa, enfatizando a necessidade de intervenções eficazes.

Segundo a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andréa Latgé, a intenção é compartilhar casos de sucesso para inspirar novas práticas e impulsionar um desenvolvimento urbano alinhado com a sustentabilidade. “O relatório visa capacitar gestores públicos e privados, oferecendo alternativas sustentáveis fundamentadas cientificamente”.

As soluções propostas no relatório cobrem várias abordagens, incluindo proteção de habitats, manejo sustentável, restauração ambiental e desenvolvimento de infraestruturas verdes e azuis. O coordenador do programa Maré de Ciência, Ronaldo Christofoletti, destacou que a publicação tem um caráter prático, facilitando o acesso a informações confiáveis para gestores que desejam implementar soluções naturais, mas carecem de recursos ou dados atualizados.

Entre as iniciativas destacadas estão a recuperação de áreas de restinga, como no Parque Nacional da Lagoa da Conceição, em Florianópolis (SC), e a restauração das dunas nas praias de Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro (RJ). O relatório também destaca o uso de gramas marinhas e algas, como o sargaço, que ajudam a combater a erosão e sequestrar carbono, reforçando o potencial desses elementos para promover a saúde ambiental.

Para cada solução, a publicação apresenta benefícios associados, variando entre escalas locais, urbanas e regionais. Os benefícios funcionais incluem controle de erosão e regulação do fluxo de água, enquanto os ganhos urbanos abrangem a proteção de moradores e o resfriamento das áreas urbanas. Em termos ambientais, as ações promovem a qualidade do ar e da água, sequestram carbono e melhoram a saúde dos solos. Os benefícios sociais e econômicos, por sua vez, incluem oportunidades recreativas, valorização imobiliária, fortalecimento da economia local e criação de empregos.

Acesse aqui publicação “Cidades Azuis: Soluções Baseadas na Natureza para Resiliência Climática Costeira” e saiba mais sobre essas iniciativas.

TAGS:
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile