Bioeconomia brasileira é destaque no Web Summit Lisboa

No Web Summit Lisboa, um dos maiores eventos de inovação e empreendedorismo do mundo, o Brasil destacou-se ao apresentar o papel crucial da bioeconomia na transformação sustentável de seus recursos naturais, especialmente por meio de micro e pequenas empresas. Essa abordagem inovadora, apoiada pelo Sebrae com o programa Biomas Brasileiros, demonstra como o país une ciência, tecnologia e conhecimentos tradicionais para impulsionar negócios rentáveis que contribuem para a preservação ambiental.

O gerente de inovação do Sebrae, Paulo Renato, explicou que a bioeconomia surge como uma alternativa ao modelo agrícola convencional, possibilitando que pequenos negócios aproveitem o potencial dos biomas brasileiros para desenvolver produtos sustentáveis, como cosméticos, alimentos e fármacos. “A pergunta que se faz é: como manter a floresta e o cerrado em pé e, ao mesmo tempo, gerar receita?”.

As startups brasileiras, apoiadas pelo Sebrae, se destacaram na exposição, atraindo o interesse de investidores internacionais. Para incentivar esses projetos, o Sebrae investe em parcerias com universidades e centros de pesquisa e criou a “bolsa sócio-empreendedor,” que ajuda empreendedores na fase inicial de seus negócios. Segundo Paulo Renato, unir o conhecimento científico à cultura tradicional é essencial para desenvolver produtos que valorizam a biodiversidade nacional e impulsionam o empreendedorismo sustentável.

Iniciativas sustentáveis

A startup Encantos da Floresta, que participou da missão do Sebrae e da Apex-Brasil ao Web Summit, exemplifica essa transformação. Fundada com o propósito de valorizar o conhecimento tradicional das comunidades amazônicas, a empresa traz produtos locais ao mercado global, como a seiva “sangue de dragão,” conhecida por suas propriedades medicinais e cosméticas. O CEO Rafael Diniz destaca que “um hectare de floresta nativa pode gerar mais renda que a pecuária ou a monocultura,” ao desenvolver produtos como óleo de copaíba e andiroba, além de dermocosméticos com nanotecnologia, com lançamento previsto para fevereiro.

A CEO Fernanda Onofre em seu estande no Web Summit Lisboa. Foto: divulgação.

Outra iniciativa em evidência é a WoodChat, que combina tecnologia e preservação ao identificar espécies de madeira amazônica. A CEO Fernanda Onofre criou a “lente inteligente,” um software de inteligência artificial que permite a identificação das espécies de madeira diretamente pelo celular, via WhatsApp, ajudando a combater a exploração ilegal e a facilitar a conformidade ambiental. Com o apoio do Sebrae e da Apex-Brasil, a WoodChat está expandindo operações para o mercado europeu, construindo parcerias para promover uma economia florestal sustentável.

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