A capacidade de contribuição da academia para o entendimento de causas, riscos e impactos dos eventos climáticos motivou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) a lançar, na última sexta-feira, 27, o edital Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos. O investimento total é de R$ 30 milhões.
O objetivo do edital é apoiar projetos cujos resultados permitam tomadas de decisão baseadas em evidências científicas, auxiliando na elaboração e no aperfeiçoamento de políticas públicas de enfrentamento aos desastres climáticos. Com base no conhecimento científico, a chamada pública busca trazer o entendimento das origens e consequências sociais, ambientais e econômicas de desastres hidroclimáticos.
A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, destaca que o edital é mais uma ação alinhada ao Plano Rio Grande, que vem propondo medidas para atenuar os impactos causados pelas enchentes que assolaram o Estado neste ano. “Além disso, está em consonância com o trabalho do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, que reúne especialistas de diversas áreas para contribuir para a reconstrução do território gaúcho”.
O Conselho Técnico Administrativo (CTA) da Fapergs concebeu este edital ouvindo lideranças científicas de diferentes áreas. Além disso, buscou trocar experiências com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que criou programas de fomento à pesquisa e inovação para prevenção e restauração após os desastres ocorridos pelo rompimento das barragens em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em 2019. Também foram estudados casos internacionais, como as iniciativas de fomento à pesquisa científica em resposta ao furacão Katrina, que destruiu a cidade americana de Nova Orleans, nos Estados Unidos, aos terremotos no Japão e ao tsunami que atingiu o Sudeste Asiático.
O diretor-presidente da Fapergs, Odir Dellagostin, destacou a importância da iniciativa: “Este edital emergencial é uma ação concreta para apoiar pesquisas que possam gerar soluções rápidas e eficazes, em resposta à situação enfrentada pelo nosso Estado. A missão da Fapergs é fomentar a ciência e a inovação com impacto direto na sociedade, e esse tipo de iniciativa reforça o papel estratégico da pesquisa científica na resolução de problemas emergenciais. Contamos com a participação ativa da comunidade científica para enfrentarmos juntos esses desafios”.
Com uma abordagem multidisciplinar, os projetos de pesquisa terão um prazo de execução de 36 meses e poderão contemplar várias linhas temáticas, como aspectos de engenharia, arquitetura e infraestrutura; comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica; difusão e adoção de medidas de resiliência e resposta a desastres climáticos, entre outras.
O investimento global de R$ 30 milhões é proveniente do orçamento da Fapergs, que teve suplementação orçamentária específica para esse fim, concedida pelo governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). O financiamento dos projetos será em duas faixas: A, até R$ 1,5 milhões, e B, até R$ 300 mil. Na faixa A, deverão ser encaminhadas propostas envolvendo redes interinstitucionais e interdisciplinares de pesquisa. Na faixa B, poderão ser apresentadas propostas de grupos individuais ou colaborações em rede, de pesquisa fundamental ou aplicada, puramente acadêmicas ou envolvendo parcerias com outros setores.
As propostas deverão ser submetidas entre 30 de setembro e 12 de novembro de 2024, por meio do SigFapergs. Informações podem ser obtidas no site da Fapergs ou através do e-mail dec@fapergs.rs.gov.br.