Quarenta e seis soluções tecnológicas para municípios afetados pelas enchentes foram apresentadas durante iniciativa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) na quarta-feira, 10 e na sexta-feira, 12. As propostas foram submetidas por instituições, empresas e startups de diversos locais do Brasil. O objetivo das soluções é apontar caminhos para as prefeituras superarem desafios trazidos pelos eventos meteorológicos extremos.
O trabalho envolveu, inicialmente, a identificação dos desafios enfrentados por municípios de diversas regiões do Estado. Em seguida, ao lado de parceiros, a Sict fez a curadoria das iniciativas cadastradas no Catálogo de Soluções Tecnológicas, selecionando aquelas que podem ser úteis às prefeituras.
No primeiro dia, foram apresentadas 20 soluções de 19 instituições, empresas e startups. A Portábilis SAS apresentou duas soluções para dois desafios diferentes. Já na segunda rodada, foram sugeridas 26 soluções de 22 instituições. A Unidade de Valorização e Recuperação Energética (URE), a Mutirões RS e a FieldPRO contribuíram duas iniciativas para desafios diferentes.
De acordo com a Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp, foram dois dias muito importantes para conhecer as soluções tecnológicas disponíveis e acessíveis para a reconstrução do estado. “Além de soluções gaúchas, recebemos iniciativas de diversos locais do país, o que demonstra um ecossistema de inovação muito potente e que deve se aproximar da população, utilizando tecnologia e inovação para a resolução dos problemas enfrentados”.
Primeira rodada
Na quarta-feira, 10, Thiago Dumont, desenvolvedor da Dumont Web, apresentou uma das soluções: a AdotePet, de Pelotas (RS). A solução está inserida no contexto do desafio: Melhoria e expansão de serviços em situações de emergência – Como atender e gerenciar a demanda de serviços de resgate e abrigo de animais, garantindo estruturas adaptáveis, expansíveis e eficientes?
A AdotePet é uma organização da sociedade civil que criou um portal de adoção consciente para animais abandonados. Para Thiago, participar da iniciativa da Sict possibilita atingir mais cidades para que organizações não governamentais (ONGs) possam cadastrar os animais. “A AdotePet foi criada para ajudar essas ONGs e os animais que não foram recolhidos nas enchentes. É uma dor não conseguir encaminhar para adoção muitos bichinhos que já são mais velhos e que precisam de mais cuidado, o que dificulta o processo. Queremos ajudar para que cada um tenha um lar”.
O site da AdotePet conta com serviço de geolocalização, opções de adotar ou divulgar um pet, além de um blog que aborda adoção responsável. No portal, o usuário pode conhecer todos os animais já cadastrados e acessar informações sobre eles, como sexo, porte e município de origem.
Além disso, soluções nas áreas de gestão humanitária de abrigos, habitação em áreas de risco e infraestrutura digital governamental resiliente também foram apresentadas.
Segunda rodada
Na sexta-feira (12), Raquel Cardamone, CEO e fundadora da Bright Cities, apresentou a startup de Campinas (SP) durante a rodada de conexões, que se enquadra no desafio: Limpeza urbana – como identificar áreas de calçamentos com necessidades de manutenção e organizar sua limpeza de forma ágil?
A iniciativa é uma plataforma que ajuda gestores públicos a analisar a performance da gestão nas várias áreas urbanas. A Bright Cities também pode ser aliada em outros desafios identificados pelos municípios, uma vez que elenca as áreas urbanas que podem ser melhoradas e sugere um roteiro de soluções no qual são apresentados os serviços e tecnologias disponíveis no mercado para atender as demandas identificadas.
Cidades de qualquer tamanho ou nacionalidade podem adotar a plataforma, conforme destacou a CEO. A Bright Cities está presente em Riad, capital da Arábia Saudita, e nas capitais brasileiras Aracaju (SE), Recife (PE), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), além de outros municípios de pequeno e médio portes. “Ter participado deste evento foi muito importante. Pudemos conhecer as soluções já disponíveis para a reconstrução do Rio Grande do Sul e divulgar a nossa. Nós trabalhamos com diagnósticos de cidades e ajudamos no mapeamento de soluções, identificando oportunidades de melhoria do serviço público e fazendo a conexão com soluções tecnológicas já existentes”, comentou Raquel.
Também foram apresentadas soluções nas áreas de destinação de móveis e utensílios danificados, prevenção e contingência para desastres naturais, monitoramento da qualidade do ar, monitoramento de lixo urbano, monitoramento do nível das águas, reconstrução e resiliência logística e tratamento de efluentes.
A Rodada de Conexão é realizada pela Sict, em parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), a Associação Gaúcha de Startups (AGS), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o GovTech Lab e o South Summit Brazil.