A criação de soluções inovadoras, que envolvem um ambiente complexo de pesquisas científicas precisa de investimento e tempo para se desenvolver. Quando falamos nas healthtechs (startups da área da saúde), o desafio de transformar essas ideias em negócios é ainda maior. Buscando ampliar o debate sobre o assunto, a sétima edição da Gramado Summit, realizada entre os dias 10 e 12 de abril, em Gramado, contou com diversas trilhas de conteúdo voltadas para o tema.
Um desses painéis foi realizado na última sexta-feira, 12, no Palco Governo do Estado do RS. Com o título “Ecossistema de inovação gaúcho e cooperação na área da saúde: o caso do South Collab Health”, a gestora de inovação e tecnologia do Startup Lab, programa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Aline Jansen, o diretor de Investimentos da Ventiur Smart Capital, Carlos Klein e a analista de comunicação na Fundação Médica do Rio Grande do Sul (Fundmed), Morgana Machado Piazenski, apresentaram o grupo colaborativo, que busca fomentar a inovação na área de saúde no Rio Grande do Sul.
Para Aline, o South Collab Health oportuniza a conexão entre instituições e agentes de inovação ligados à saúde, sejam atores do RS ou de outros estados do Brasil. “Buscamos divulgar os editais, os programas de inovação e as oportunidades no ecossistema. Por exemplo, quando um profissional quer empreender em um negócio tradicional ou criar uma startup. Como ele se conecta com esses atores? Quem são os players que podem ajudar? É o Sebrae, uma incubadora ou uma aceleradora? Precisa de investimento? Como é que eu chego no cliente? Meu cliente é um hospital, uma operadora de saúde ou é o usuário final, o paciente? O South Collab Health aproxima e facilita esse acesso”.
Klein entende que o Estado é um dos poucos lugares do Brasil que possuem capacidade para ocupar um espaço relevante na agenda de desenvolvimento de soluções voltadas para a saúde. O diretor de Investimentos da Ventiur Smart Capital acredita que a proximidade entre empresas e pessoas cria esse ambiente favorável à inovação, onde, através dessas trocas a aceleração acontece. “Eu enxergo o South Collab Health como um ambiente de conexão que estamos construindo, onde o primeiro passo é as pessoas se conhecerem, para depois, fazerem as coisas juntas. É um fórum para debater e promover a mudança, trazendo atores para ajudar a transformar a visão de todos. Que a gente possa enxergar essa oportunidade e transformá-la em realidade”.
De acordo com Morgana, o ecossistema de saúde gaúcho é muito relevante no cenário nacional, tendo movimentado, em 2019, R$ 10,8 bilhões. São 389 hospitais públicos (dados de 2023), 211 hospitais privados (2021), 27.357 leitos hospitalares (2020), 3.258.693 planos médicos/hospitalares (2021), 33 mil médicos registrados ativos (2021), 17.189 consultórios e cerca de 6,5 mil farmácias. Ela explica que o South Collab Health também realiza diversas ações de apoio em eventos, conectando palestrantes com iniciativas de inovação no interior. “Trata-se de uma comunidade colaborativa e gratuita. Temos um grupo no WhatsApp, onde a gente troca muito. Quem quiser ajudar e participar, podemos criar projetos em conjunto com 72 instituições”.
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Saiba mais
Criado em 2022, o South Collab Health é uma iniciativa da quádrupla hélice, formada pela colaboração entre academia, empresas, sociedade civil e governo em busca de um ecossistema de saúde mais conectado, integrado, eficiente e seguro. O grupo conecta participantes espalhados pelos oito ecossistemas regionais de inovação do Rio Grande do Sul, incluindo hospitais, startups, pesquisadores e universidades. Busca fomentar a inovação e o empreendedorismo na saúde potencializando iniciativas, movimentos, e novos canais para conectar ideias e pessoas.